Rio "Se você me falasse há 30 anos, quando eu lutava, que o Brasil somaria mais medalhas que o Japão em um torneio mundial, não iria acreditar. Era uma coisa inimaginável." Foi desta forma que o técnico Luiz Shinohara reagiu ao título por equipes conquistado pela equipe brasileira no 25.º Mundial de Judô, no Rio.
"A campanha realmente me surpreendeu. Não pelo número de medalhas, mas pelo número de ouros", prosseguiu o treinador, referindo-se aos três primeiros lugares obtidos por Luciano Corrêa (meio-pesado), Tiago Camilo (meio-médio) e João Derly (meio-leve). "Sabíamos que a motivação seria grande pelo fato de o campeonato ser no Brasil, mas, mesmo assim, superou as expectativas de título. Se nos surpreendeu, imagina o mundo."
Shinohara destacou especialmente a conquista de Luciano Corrêa. "Ele ganha as lutas no coração. No físico. Não tem a mesma técnica do Tiago Camilo, mas possui uma garra só dele." Ao mesmo tempo, o treinador, medindo as palavras, criticou a postura do médio Carlos Honorato, prata na Olimpíada de Sydney e bronze no Mundial de 2003. "Ele estava bem fisicamente. Mas não estava em um bom dia. Não lutou bem e seu desempenho não foi o esperado."
Único brasileiro bicampeão mundial de judô, João Derly pretende variar sua tática de luta para surpreender seus oponentes na Olimpíada de Pequim. "Antes [no título de 2005, no Egito] não era conhecido. Lutei de cabeça fria. Desta vez fui estudado por todos e tive muita dificuldade para impor meu estilo."
Derly revelou que ficava incomodado quando era lembrado como o único campeão mundial do judô brasileiro. "Abri a porteira em 2005 e muito mais judocas vão conseguir este título."
O gaúcho fez questão de agradecer ao também campeão mundial Tiago Camilo pelo treinamento em conjunto que realizaram em Porto Alegre. "Acho que nós dois ganhamos com isso. O Tiago esteve mais motivado nesta competição. E eu pude me preparar melhor tanto física como tecnicamente", disse Derly, lembrando que chegou a treinar com Mayra Aguiar por falta de sparring.
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