Paris Nem a agressão ao zagueiro italiano Marco Materazzi foi suficiente para abalar o desempenho de Zinedine Zidane na Copa do Mundo da Alemanha. Após a cabeçada na decisão, a eleição do jogador francês como o melhor do torneio foi colocada em xeque. A dúvida, porém, durou pouco, e ontem pela manhã Zizou foi confirmado como o craque da competição deixando em segundo e terceiro os italianos Cannavarro e Pirlo, respectivamente.
Mas o maior mistério da Copa, as palavras de Materazzi a Zidane, só deve mesmo ser revelado na entrega da Bola de Ouro, onde o jogador será obrigado a comparecer além da Fifa, é um oferecimento da Adidas, sua patrocinadora pessoal. Lá, Zidane terá de falar, coisa que não fez durante a Copa toda.
Independentemente do tempo, uma coisa é certa, a explicação virá. A garantia é de Alain Migliaccio, o agente do jogador que diz ter conversado com o atleta ontem, já em Paris. Segundo ele, o que Materazzi falou teria sido "muito grave".
"Zidane é um homem que normalmente deixa passar estas coisas. Mas no domingo, algo explodiu nele. Ele está triste e muito decepcionado. Não queria terminar assim", disse.
A agressão custou a expulsão do capitão francês no segundo tempo da prorrogação a partida terminou 1 a 1 e acabou com vitória da Itália por 5 a 3 nos pênaltis.
"Ele afirmou que Materazzi tinha lhe dito algo muito grave, mas não me disse o que foi. Zinedine não quis falar disso, mas tudo será esclarecido na semana que vem", afirmou o agente.
No mesmo domingo, o Fantástico, da Rede Globo, consultou especialistas em leitura labial que verificaram uma ofensa do italiano à irmã do jogador, chamada de prostituta. Zidane também teria sido tratado com palavrões. O jornal inglês The Guardian tem outra versão: diz que Materazzi chamou Zidane de "terrorista". Zizou nasceu em Marselha numa família de imigrantes argelinos e assim como boa parte da seleção francesa não é um "francês puro".
Esta também é a versão do grupo "SOS Racismo", que pediu à Fifa uma investigação do caso, pois teria informações de que Materazzi chamou Zidane de "terrorista sujo".
Nos jogos das quartas-de-final, os oito capitães das seleções classificadas leram um texto em suas próprias línguas enaltecendo a necessidade de combater a discriminação racial, dentro do mote escolhido pela Fifa, "Diga não ao racismo". Zidane foi um desses oradores, no jogo contra o Brasil.
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