A reapresentação do Coritiba ontem no CT da Graciosa ganhou um personagem central, pouco acostumado aos holofotes. Protagonista na vitória de sábado por 2 a 1 sobre o Vila Nova, resultado que derrubou de quatro para um ponto a distância para o líder Náutico, adversário da próxima rodada, o lateral-direito Luís Paulo se viu rodeado por câmeras, gravadores e microfones.

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A cena e as brincadeiras dos companheiros logo desconcertaram o ala, dono de uma timidez para lá de exagerada. "Que momento é esse, Luís?", provocou o atacante Alberto.

O gol que garantiu o sexto triunfo do Alviverde na Série B – o quarto dentro do Couto Pereira – serviu para marcar a volta do velho Luís Paulo, aquele que brilhou no rival Paraná em 2002. E não o que ficou refém dos empresários e peregrinou até encontrar morada no Iraty, no começo do ano.

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"Aqui no Coritiba me sinto em casa. E isso facilita e influencia muito no trabalho. Chegou a hora da afirmação. Do time e do Luís Paulo", contou o jogador de 27 anos, repetindo o discurso e a trajetória dos últimos atletas que chegaram, como Cristian e Paulo Miranda.

Para o lateral, a boa fase tem um responsável: o técnico Paulo Bonamigo, o mesmo que o revelou e o botou para jogar na Vila Capanema, há quatro anos. "O Bonamigo me conhece, sabe o jeito que eu gosto de atuar e como eu posso render mais", comentou ele, grato ao sistema que prende o volante Márcio Egídio como terceiro zagueiro, o que facilita o apoio constante dos alas. "Atacar é o meu forte", avaliou.

Pela amostra nessas três rodadas, o Coxa também já tem o que agradecer. Tanto quanto a camisa 10, a 2 também parecia amaldiçoada. Desde que o prata-da-casa Rafinha trocou o Alto do Glória pelo alemão Schalke 04 que a posição não tem um dono definitivo. James, Jackson (improvisado), Wilton Goiano e Andrezinho foram as últimas tentativas frustradas do clube de encontrar um lateral-direito. "Os companheiros estão ajudando a me firmar no time."

E foi justamente na base da solidariedade que o ala conseguiu marcar seu primeiro gol pelo Coritiba. "Um pouco antes eu já tinha tentado, mas ao invés de chutar, cruzei. O Caio passou por mim e disse que o goleiro ficava adiantado nesses lances. Na segunda chance eu bati para o gol e deu certo", relembrou, refutando os comentários de que o gol havia sido sem querer. "Eu quis muito esse gol".