André Santos é o favorito de Mano Menezes
Apenas um jogador foi titular nos oito amistosos com Mano Menezes no comando da seleção: o lateral-esquerdo André Santos. Ele está longe de ser uma unanimidade para a torcida, mas os números provam que é homem de confiança do treinador. Apenas o volante Lucas Leiva também jogou oito vezes mas começou na reserva contra a Romênia, para Mano testar Sandro. Há uma coincidência por trás da assiduidade: a dupla é agenciada por Carlos Leite, empresário de Mano.
O lateral-direito Daniel Alves, o zagueiro Thiago Silva e o atacante Robinho atuaram em sete partidas, todas como titulares. O volante Elias também esteve em campo sete vezes, mas quatro como titular.
Atualmente no Fenerbahçe, da Turquia, André Santos trabalhou com o técnico entre 2008 e 2009 no Corinthians conquistando a Série B, a Copa do Brasil e o Paulista. "Fico muito feliz com essa confiança. Representar o meu país sempre é muito bom", diz André, contraditoriamente, um dos jogadores de quem mais tem sido chamada a atenção pelo técnico nos treinos. Geralmente por questões táticas. Na parte disciplinar, ele diz ter melhorado após ficar de fora da Copa de 2010. O lateral contou que teve problemas com o ex-técnico Dunga por causa de atrasos. No pior deles, perdeu o ônibus que levou a delegação para o jogo com a Bolívia, em La Paz, pelas Eliminatórias, em outubro de 2009.
Dunga testou nove jogadores, mas Michel Bastos e Gilberto foram ao Mundial. Hoje, a concorrência é forte, com dois jogadores dos gigantes espanhóis: Adriano, do Barcelona, e Marcelo, do Real Madrid.
Como credencial, André apresenta assistências para três dos dez gols marcados pela equipe de Mano. "Na seleção, nada é suficiente. Você tem de querer sempre mais. Mas fico feliz, 30% [de participação] é um número bom." (NF)
Los Cardales, Argentina - Ele só disputou uma partida pela seleção brasileira principal. Neste ano jogou pouco pelo Santos também. Mas isso parece pouco importar para o técnico Mano Menezes, que faz uma clara aposta em Paulo Henrique Ganso. O meia será inscrito com a camisa 10 da seleção brasileira na Copa América e, desde o primeiro treino coletivo na Argentina, ontem, recebeu a missão de ser a peça criativa do time.
É o dono do setor de criação, o cara que vai alimentar o restante do quarteto ofensivo: Robinho aberto pela direita, Neymar pela esquerda e Alexandre Pato na área. "Sempre acreditamos muito que ele possa ser esse jogador. Vem sendo no Santos. Esperamos que, com uma continuidade maior, seja também na seleção brasileira", revela Mano Menezes.
Quando ele afirma "vem sendo no Santos", a imagem que se forma não é exatamente a atual, apesar da recente conquista da Libertadores, mas a de um ano atrás, quando o Peixe de Ganso, Neymar e Robinho encantou no primeiro semestre, conquistando o Paulista e a Copa do Brasil. Foi o futebol daquele time que levou o treinador a escalar o trio no time titular em sua estreia no comando da seleção, na vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos, no dia 10 de agosto de 2010 compondo o quarteto com Pato.
Mas Ganso lesionaria gravemente o joelho 16 dias depois. Só voltou a jogar em 12 de fevereiro, marcando um gol na vitória santista por 2 a 1 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto, pelo Paulista. Menos de dois meses depois, porém, sofreu a contusão muscular que o afastou até o jogo de volta da final da Libertadores com o Peñarol, a vitória por 2 a 1 na última quarta-feira. Mesmo sem saber se o meia voltaria a jogar pelo clube antes da Copa América, Mano o incluiu na convocação do dia 7 de junho. Já com planos maiores para ele.
Não há outro no grupo da seleção que faça a função de Ganso. "Sem ele arma-se o time em uma condição diferente. Quando estiver o Elano não vai ser a mesma posição, apesar de às vezes usar o mesmo número", explica o treinador, se referindo à utilização do atleta de características mais defensivas com a camisa 10 nos amistosos com Holanda (0 a 0) e Romênia (1 a 0).
Isso ficou claro após Ganso se lesionar no ano passado. A solução encontrada pelo técnico a partir de então foi a entrada de jogadores que variam entre a função de terceiro volante e a de armador. Primeiro Elias e, mais recentemente, Elano, companheiro do meia no Santos.
Porém a seleção não voltou a apresentar o futebol do jogo nos Estados Unidos. Enquanto isso, Mano esperava o retorno de seu legítimo camisa 10. "Estou pronto. Espero fazer jus a ela", declarava Ganso, ontem, ainda antes de ocupar sua posição central no campo.
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