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Dezembro de 2006. Um Couto Pereira repleto de apaixonados coxas-brancas – os mesmos que sofreram a desilusão do rebaixamento no fim do ano passado – comemora o retorno do Coritiba à Primeira Divisão. A cena não sai da cabeça de Almir Zanchi, o novo homem-forte do futebol alviverde. A obsessão por voltar a duelar com os grandes times do Brasil é tamanha que o dirigente não teve como dizer não a mais um chamado do amigo Giovani Gionédis. Em nome da paixão antiga, trocou a estabilidade do cargo de diretor técnico da Federação Paranaense de Futebol (FPF) pelo Coritiba. "Voltei por amor ao Coritiba. Quero e vou fazer desse time o maior do Paraná novamente", afirma o cartola, vice-presidente de futebol do clube de outubro de 1994 a dezembro de 95, na gestão Joel Malucelli, quando o clube voltou à elite do futebol brasileiro.

Em entrevista à Gazeta do Povo durante a estada do time em Cornélio Procópio, Zanchi falou sobre a reconstrução do time e garantiu: o Coritiba já tem um grupo; a tendência é crescer.

O que fez o sr. trocar a Federação pelo Coritiba?A paixão maior que é o Coritiba. O Coxa sempre fez parte da minha vida.

Essa não foi a primeira vez que o presidente Giovani Gionédis lhe convidou para fazer parte da diretoria alviverde. Ele já queria o sr. no clube na reta final do Brasileiro. Qual o motivo da recusa?O Coritiba tinha um comando técnico que cometeu alguns erros e foi infeliz, mas não era o momento para eu voltar. Queria pegar o time no início do ano, começar do zero e montar a equipe. Gosto disso. O Coritiba é mais um desafio na minha vida.

O sr. foi vice-presidente de futebol do clube há 10 anos. O Coritiba que deixou é muito diferente deste que encontrou agora?O Coritiba sempre foi grande, só que hoje está muito mais organizado e equacionado financeiramente. Tem um grande estádio e um belo centro de treinamento. Não há dúvida de que o clube evoluiu muito.

O Capitão Hidalgo e o Odivonsir Frega assumiram o departamento de futebol junto com o sr. Como tem sido a divisão de trabalho entre vocês?O Hidalgo é a presidência ao nosso lado. Ele nos liga ao presidente Giovani Gionédis. O diálogo é diário. Eu faço as contratações e resolvo os problemas da comissão técnica. Já o Frega é o meu assessor. Ele fica mais no CT e responde por todas as divisões de base. Somos uma verdadeira família coxa-branca.

Qual o planejamento e as metas do Coritiba para 2006?Vitória, vitória e vitória. Nós temos três etapas de trabalho. O Campeonato Paranaense é o nosso foco inicial. Formamos um elenco em três dias. Pode ter certeza de que faremos um bom campeonato, brigaremos pelo título. Segunda etapa: voltar à Libertadores via Copa do Brasil. E o terceiro e maior de todos: ser campeão brasileiro e voltar à Primeira Divisão. Se não der o título, pelo menos voltar à Primeira Divisão. Para que tudo isso aconteça, só peço um pouco de calma ao nosso torcedor.

O imbróglio das eleições atrapalhou esse planejamento?Um pouco sim. Tinha praticamente acertado a contratação do Rafael Moura (centroavante que se destacou no ano passado pelo Paysandu e foi negociado com o MSI, parceiro do Corinthians), mas a transição eleitoral atrapalhou um pouco. Outros atletas que negociávamos também ficaram inseguros de jogar no Coritiba. Foi um período de incertezas, mas que já ficou para trás.

Contra o Toledo, no primeiro jogo do Coritiba em casa no Estadual, a torcida saiu revoltada do estádio com o empate por 1 a 1. A cobrança parece que será grande...A torcida está calejada de tanto sofrer. Eles não esquecem a maneira como o time foi rebaixado. Mas fazer o quê? Um time tem de cair e para a nossa tristeza esse time foi o Coritiba. Precisamos ter calma e cautela para não fazer bobagem. É essa mesma calma que eu peço à nossa torcida. Ninguém está aqui para brincar. Vamos colocar o Coritiba em seu devido lugar. Mas iremos por etapas, como se fosse a subida de uma grande montanha. No caminho, trocaremos aqueles que ficarem sem oxigênio. Grupo nós já temos, falta agora a chegada de algumas peças. Se acertarmos em 40% das contratações já estará de bom tamanho.

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