Brasília (AE) O meia Kaká, ao lado do volante Émerson, são os dois atletas da seleção mais disciplinados taticamente. E isso tem muito a ver com o futebol italiano, onde ambos atuam há mais de duas temporadas: Kaká no Milan e Emerson na Juventus. Eles são os homens de confiança do técnico Parreira para a partida contra o Chile, hoje, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
De Émerson, o técnico espera a mesma dedicação de sempre no trabalho de marcação, de roubar bola, de impedir as avançadas do oponente e de cobrir os dois lados do campo, sobretudo o direito, pois Zé Roberto estará no setor esquerdo, com Roberto Carlos.
A Kaká, Parreira reservou tarefa tão importante quanto. Ou talvez até mais. O jogador do Milan terá a função de armar a equipe e fazer com que a bola chegue aos pés dos atacantes.
Robinho também terá essa tarefa, mas é de Kaká que Parreira espera mais. "Eu sei disso até porque dos quatro homens de frente eu sou o único que não é atacante nato. Ronaldo, Adriano e Robinho sempre jogaram na frente, perto da área, são especialistas nisso. Eu sou meia", disse Kaká, que espera fazer uma boa apresentação hoje para seus conterrâneos de Brasília, de onde saiu garoto. "Já estive na capital com o São Paulo, mas não é a mesma coisa de estar na minha terra natal com a seleção brasileira. E sobretudo num jogo que vale a classificação para a Copa do Mundo de 2006."
Maturidade
Kaká se diz maduro e preparado para atender Parreira durante os 90 minutos. Lembrou da experiência tática que ganhou no clube milanês desde a sua primeira temporada, quando foi campeão nacional e considerado o melhor jogador daquele ano. "O futebol italiano é extremamente tático e todos nós temos funções em campo. Aprendi muito nesse aspecto no Milan nessas duas primeiraz temporadas", disse. "Ganhei mais experiência e estou pronto para ter maiores responsabilidades na seleção. Quero viver tudo isso."
O meia sonha com saltos maiores na carreira. Ontem, ele disse que o sonho de ser eleito o melhor do mundo pela Fifa é cada vez mais possível. "Jogo numa seleção e num clube que me dão essa condição. Portanto, quem sabe aconteça isso um dia."
O jogador lembrou que seu Milan quase ganhou a última Copa dos Campeões (perdeu a final para o Liverpool nos pênaltis, após abrir 3 a 0 no tempo normal, que terminou 3 a 3). "E como consolação, recebi o prêmio de melhor meia da competição. Já valeu".
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