Perdemos todos nós com a confirmação do rebaixamento do Paraná. Não que não tenha sido justo, pois o Rio Branco jamais poderia pagar por erro ou omissão de terceiros. O STJD apenas confirmou o que já era de se esperar.
Mas os prejuízos e abalos atingem muito além do que o sentimento sofrido da torcida paranista ou dos cofres cada vez mais vazios do clube. Desvalorizam, no todo, o futebol paranaense, pois tolhem a realização de pelo menos quatro clássicos na temporada, além de restringir a cobertura diária de um clube que jamais foi abandonado pela imprensa esportiva e certamente o será por períodos temporários, como ocorre com o Corinthians Paranaense, por exemplo, que só tem visibilidade enquanto disputa o campeonato estadual.
Sempre que encontro um daqueles torcedores que fazem questão de ligar qualquer tipo de opinião profissional a um possível vínculo afetivo a este ou aquele clube, costumo dizer que o tempo ensina o jornalista esportivo a absorver todas as influências clubísticas que envolvem sua área, pois ali está o produto de seu trabalho. Quanto melhores e mais valorizados estiverem nossos clubes, melhor para todos, pois haverá mais interesse de audiência (leitura), o que se transforma em número maior de anunciantes e consequente crescimento de faturamento, que pode significar valorização salarial e assim por diante.
O desaparecimento do Paraná do calendário dos primeiros meses do ano (exceto por uma fortuita aparição na Copa do Brasil que, na hipótese pessimista pode durar uma partida só e na otimista umas quatro) vai acarretar no fechamento de um espaço de cobertura para o qual os órgãos de comunicação detêm um repórter exclusivo. As transmissões de tevê terão apenas dois e não mais três jogos em pay-per-view a cada rodada e as emissoras de rádio também não terão mais os três jogos de cada vez, podendo utilizar número menor de profissionais na cobertura regular.
E quando vier o segundo semestre, com a participação dos tricolores na segunda divisão estadual, dificilmente haverá interesse em manter o mesmo nível de cobertura que hoje se realiza, a se considerar a própria concorrência interna do clube, que, ao mesmo tempo, também estará disputando a segunda divisão nacional (não acredito em queda, teria de dar tudo muito errado na rodada de sábado para tal).
Alguns, dentre os mais céticos, começam a vaticinar o fim do Paraná, que nos últimos tempos só tem feito cair e cair. Garantem não haver estrutura para levantar um clube desprovido de qualquer base financeira que permita investimentos sem garantia de retorno em curto prazo. Mas se não for assim, a segunda divisão nacional do ano que vem também pode ser danosa e uma nova queda ali pode, sim, significar o ponto final.
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