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Estádio Castelão em Fortaleza | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Estádio Castelão em Fortaleza| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
  • Estádio Mineirão em Belo Horizonte
  • Obras do Macaranã no Rio de Janeiro
  • Estádio Nacional em Brasília
  • Estádio Fonte Nova em Salvador
  • Arena Pernambuco em Recife

Os seis estádios ficarão prontos porque no mínimo era necessário um lugar para jogar – desconsiderando que o Maracanã, por exemplo, deve ser entregue em cima do laço. Mas Castelão e Mineirão já foram até inaugurados. Bonitos e modernos. Em volta deles ou no caminho é que estão os nós a serem desamarrados. Desde a chegada e saída dos aeroportos até o trajeto para as arenas. A maioria das obras urbanas nas subsedes não será finalizada até o torneio da Fifa de 2013. A justificativa, por enquanto, é de que o cronograma foi montado para 2014. Argumento contraditório com a alcunha de evento-teste da Copa das Confederações. Fora os palcos, pouca coisa, de fato, poderá ser testada.

FORTALEZAEstádio pronto, demais obras enroladas

A capital cearense entregou o primeiro estádio – o Castelão foi inaugurado no dia 16, com a presença da presidente Dilma Rousseff e show do cantor Fagner. Mas tropeçou nos contratos polêmicos das obras de mobilidade urbana. Os trabalhos foram interrompidos após a Controladoria Geral da União (CGU) barrar os acordos com a Delta — empreiteira investigada durante o escândalo político que envolveu o contraventor Carlinhos Cachoeira.

O consórcio Serveng-Civilsan S/A, que assumiu as obras, implantou um regime de trabalho de 24 horas. Mesmo assim, a maioria das intervenções só deve ser concluída para 2014. Das seis obras de mobilidade previstas na Matriz de Responsabilidades da Copa, cinco ainda estão em fase de licitação. Apenas a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que vai ligar a orla ao bairro Parangaba, foi iniciada em abril. A linha terá 12,7 km e vai transportar mais de 100 mil pessoas por dia. Mas também não será entregue até a Copa das Confederações – deve estar pronta somente em novembro de 2013.

A Arena Castelão teve investimento de R$ 518,6 milhões e está pronto para jogos – no torneio-teste para o Mundial serão três, incluindo Brasil x México na primeira fase e uma das semifinais. Do lado de fora, porém, o cenário ainda é composto por operários e máquinas que trabalham em valetas e novas vias em fase de terraplenagem.

BELO HORIZONTECampeã de obras em andamento

A capital mineira é a cidade que mais tem obras em andamento entre as sedes da Copa das Confederações. Ao todo, são oito de mobilidade urbana e três intervenções no aeroporto. O Estádio Mineirão, orçado em R$ 695 milhões e entregue no dia 21 – o segundo a ser inaugurado, também com a presença da presidente Dilma Rousseff, e show da banda mineira Jota Quest –, será palco de uma das semifinais do torneio, que terá a seleção brasileira caso se classifique como primeira colocada do grupo A.

Apenas uma das adequações previstas para a Copa do Mundo de 2014 será finalizada a tempo para o evento do ano que vem. Com mais de 60% das obras concluídas, a ampliação do Boulevard Arrudas, importante via da cidade, deve ser vista já em janeiro. O custo total da melhoria ultrapassa os R$ 221 milhões.

Os principais impasses enfrentados pela capital mineira para acelerar o andamento dos projetos são a burocracia para receber as cifras referentes ao financiamento do governo e a lentidão nas desapropriações nos arredores do Mineirão.

No Aeroporto de Confins, as obras de modernização foram iniciadas, mas ainda têm apenas 8% de execução, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). A previsão é de que o terminal só fique pronto em dezembro do próximo ano.

RIO DE JANEIROMaracanã contra o tempo

Maior estádio da Copa do Mundo de 2014, com capacidade para 79 mil pessoas, ao custo de R$ 808,4 milhões, o Maracanã convive com a pressão do cronograma apertado para a Copa das Confederações. O governo do Rio de Janeiro esperava entregar o palco da grande final do torneio, além de duas partidas da primeira fase, até fevereiro — prazo inicialmente dado pela Fifa – , mas agora não consegue precisar quando as obras serão encerradas. Além da cobertura, ainda não há gramado, iluminação e acabamento.

A única melhoria de mobilidade urbana prevista na cidade, o BRT (transporte rápido por ônibus, em tradução livre do inglês bus rapid transit) Transcarioca vai ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador.

Nenhuma das obras da Matriz de Responsabilidades ficará pronta para a Copa das Confederações. A primeira etapa das reformas do aeroporto tem mais de 80% de melhorias concluídas, porém a segunda apenas pouco mais de 26%. A estimativa é de que o local esteja pronto somente em outubro de 2013.

BRASÍLIAUm bilhão no estádio e VLT cancelado

A revisão da Matriz de Respon­­sabilidades da Copa divulgada nesta semana apontou um salto de R$ 812,5 milhões para R$ 1,015 bilhão no orçamento do Estádio Nacional, de longe o mais caro entre os 12 do Mundial. Segundo o governo do Distrito Federal, o aumento se deu por causa de itens licitados separadamente, como cobertura, cadeiras, placar e gramado. Com a isenção de impostos, a previsão é de que o custo fique em torno de R$ 850 milhões.

Brasília terá uma rápida, mas importante, participação na Copa das Confederações. Receberá apenas o jogo de abertura entre Brasil e Japão, no dia 15 de junho. Eram apenas duas obras de mobilidade urbana previstas: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligaria o aeroporto ao metrô e a ampliação da DF-047. O VLT foi excluído em setembro, depois de o governo admitir que não o concluiria antes da Copa. A intervenção na estrada vai consumir R$ 103 milhões e ainda não foi licitada, mas está prevista para agosto, um mês após o término do torneio-teste.

O Aeroporto Internacional de Brasília será reformado pelo Consórcio Inframérica. Até o fim da concessão, devem ser investidos mais de R$ 2,8 bilhões.

SALVADORFonte Nova avança, mas metrô emperra

Orçada em R$ 591,7 milhões, a nova Arena Fonte Nova tem 85% das obras concluídas e será inaugurada com Ba-Vi, em março. Em dezembro, começaram a colocação de cadeiras, ajustes nas instalações elétricas e processo de escavação para plantio do gramado.

O estádio irá receber o clássico entre Brasil e Itália, além de mais um jogo da fase de grupos e a decisão do terceiro lugar da Copa das Confederações. A cidade turística espera se ancorar no aumento de visitantes durante o evento de 2013 para minimizar possíveis erros no Mundial do ano seguinte.

A grande preocupação é com o sistema de transporte público. O desentendimento entre governo estadual e prefeitura no projeto para conclusão do metrô, que se arrasta há 13 anos, praticamente anulou a possibilidade de a obra – estimada em cerca de R$ 3,5 bilhões – sair do papel para a Copa do Mundo.

A reforma do terminal de passageiros e a ampliação do pátio de aeronaves do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, ao custo de R$ 47,61 milhões, estão previstas apenas para o segundo semestre de 2013.

RECIFEA menor taxa de conclusão das obras

De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o Recife tem a menor porcentagem de execução de obras entre as subsedes da Copa das Confederações. Ao todo, apenas 64% das melhorias previstas na cidade foram fechadas.

Orçada em R$ 500,2 milhões, a Arena Per­nambuco está 70% concluída e deve ser inaugurada em abril. O campo vai receber o duelo entre a campeã do mundo e bicampeã europeia Espanha e o campeão sul-americano Uruguai, além de outros dois jogos na primeira fase.

Das cinco obras de mobilidade urbana listadas na Matriz de Responsabilidades da Copa de 2014, duas têm conclusão prevista para fevereiro: o Terminal Cosme e Damião e o BRT Leste-Oeste, conhecido por Ramal Cidade da Copa. As demais só ficarão prontas após o torneio da Fifa. Mesmo tendo programada apenas a construção de uma torre de controle, o Aeroporto dos Guararapes só deve encerrar as obras em dezembro.

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