É uma pena, mas o tacape venceu e parece irreversível a determinação de que os próximos grandes clássicos do futebol brasileiro sejam realizados para torcida única. Culpa e responsabilidade dos dirigentes que não conseguem domar os instintos selvagens das tais torcidas organizadas. Lamentavelmente, até pelo contrário, eles se utilizam dos seus métodos para intimidar opositores e influir nos resultados das eleições dos clubes.
Uma lástima que o futebol brasileiro tenha decaído tanto em organização e tecnicamente, perdendo também o charme dos clássicos de casa cheia, com o colorido das torcidas sadias na celebração do maior espetáculo popular da terra. Simplesmente não dá mais para a polícia controlar essas verdadeiras gangues em que se transformaram os grupos de torcedores.
Na base do "futebol é coisa de macho", eles conseguiram estragar uma das grandes alegrias do povo que é a de ir ao estádio com filhos, amigos e vizinhos para torcer pelo seu time de coração.
As autoridades e o policiamento perderam diversas batalhas campais, muito mais fora do que dentro dos estádios, e soa improvável qualquer medida como aquela tomada pelos ingleses que acabou com os terríveis "hooligans". Infelizmente, o nosso país não está preparado para esse tipo de atitude. Pelo contrário, se fizermos as mesmas coisas que fizemos nos últimos vinte anos, há escassas razões para imaginar que a educação esportiva e a civilidade sejam restabelecidas.
É atribuída a Einstein a definição de insanidade como fazer as coisas do mesmo modo e esperar que os resultados sejam diferentes. Há sérias dúvidas sobre a autoria da frase, mas não tanto no que tange à sua aplicação para as perspectivas de reduzir a violência no Brasil.
O Ministério Público de São Paulo está estudando cuidadosamente o caso, especialmente depois dos violentos incidentes no último clássico entre Palmeiras e Corinthians, e provavelmente solicitará ao Poder Judiciário a proibição de duas torcidas nos jogos de alto risco de confrontos e quebradeira do patrimônio público e privado.
O argumento de que o futebol perderá o encanto e os estádios o brilho é compreensível, porém a insanidade desses grupos de torcedores extrapolou há muito tempo o universo mental dos trogloditas.
Há muito tempo desisti de esperar qualquer coisa dos homens que se reúnem e se manifestam coletivamente de maneira brutal. Se a unanimidade é burra, a coletividade é estúpida.
Em geral, nos grupos sempre acaba prevalecendo a ideia mais rasa, a superficialidade dos clichês banais e da falta de coragem de discordar.
Não dá mais para acobertar um bando de seres humanos, covardemente protegidos pelo anonimato da multidão, que desvirtuam os costumes da sociedade.
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