O time a ser batido

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Para a semifinal diante do Ceará, o Coritiba experimenta uma mudança de status na Copa do Brasil. De sensação do Cam­­peo­­nato Paranaense, passando para a equipe que massacrou o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari – aumentando o recorde nacional de 24 vitórias seguidas –, agora o Coxa ganhou ares de favorito ao título.

Analisando as campanhas em 2011 dos quatro concorrentes à taça do torneio nacional – que vem acompanhada de uma vaga na Libertadores – fica fácil justificar a nova condição alviverde. O Co­­xa tem o incrível aproveitamento de 92% dos pontos disputados na temporada, incluindo partidas pelo Estadual e Copa do Brasil.

O adversário de amanhã à noite em Fortaleza é o mais próximo em termos de rendimento, com 80,4%. O Vozão teve performance semelhante à do Coxa na disputa de seu Estadual, do qual foi campeão vencendo os dois turnos da competição – mas não invicto como o Alviverde no Paranaense.

No outro lado da semifinal, Avaí e Vasco – que por coincidência foram muito mal no primeiro turno do Catarinense e do Carioca, respectivamente – faturaram pouco mais da metade dos pontos que jogaram. Os catarinenses chegaram a 51,2%, en­­quanto o Vasco alcançou 57,1%.

"O Coritiba pode ser considerado o favorito. É mais forte e mais organizado que o Ceará, o mais fraco dos quatro, um time cansado, com dois titulares de 37 anos (o meia Geraldo e o atacante Iarley). Se passar e pegar o Avaí na final, tem boas chances. Caso siga em frente e encontre o Vasco, seria uma decisão mais equilibrada", aponta Mauro Cezar Pereira, comentarista da ESPN Brasil.

O apresentador e narrador da Globo e do SporTV Milton Leite também destaca o Coritiba, com uma ressalva. "É o time que está jo­­gando o melhor futebol, sem dúvida alguma. Mas, pelo caráter do torneio, é um pouco perigoso falar em favoritismo. Vai jogar lá em Fortaleza, com pressão enorme da torcida, leva um gol, dois e tudo pode mudar", diz.

No elenco coxa-branca, a mu­­dança de posição é relativizada. "Algumas equipes grandes ficaram pelo caminho, como o São Paulo, o Flamengo. Nós vivemos um bom momento, como a equipe do Ceará, que vem crescendo. Mas temos de ter cautela, sem nos impressionar com nada", avalia o goleiro Édson Bastos.

O zagueiro Demerson segue a mesma linha: "Muito se falava que a nossa invencibilidade era só por causa do Paranaense. Depois do Palmeiras, mostramos que somos uma equipe qualificada. Mas falar em favoritismo é complicado. Dentro de campo, quem errar menos vai levar".