O Brasileirinho pode seguir em cartaz numa temporada extra. A demora para o início dos treinos com a nova trilha sonora de Daiane dos Santos ameaça prolongar a execução da música tema do solo até o Mundial de Ginástica, em novembro na Austrália. A possibilidade foi confirmada pela própria ginasta, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, nesta semana.
A idéia da atleta e da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) era defender o título mundial conquistado em 2003, nos Estados Unidos, já com uma nova canção. Porém a dificuldade em encontrar a música e ajusta-la à apresentação atrasaram o processo. "Há chance sim de usar o Brasileirinho no Mundial", afirmou.
Daiane está fora do processo de escolha, sob responsabilidade da supervisora de CBG, Eliane Martins. Alívio por um lado, estresse por outro. "Eu não agüento mais falar sobre esse assunto", desabafou Daiane, que condicionou conceder a entrevista a não comentar sobre os novos acordes.
Aos poucos cedeu. Reconheceu ser um tema inevitável. "Todo mundo me pergunta isso: E a música? Qual vai ser? Já escolheu? E daí. E a resposta é sempre a mesma: eu não sei", contou a ginasta. "É em qualquer lugar. Vou no mercado e o caixa pergunta da música; nas ruas também, na imprensa, a mesma coisa", acrescentou, rindo da curiosidade dos fãs.
Ela conta ter se surpreendido com tanto interesse. "Para mim era a coisa mais normal do mundo. Vou trocar o Brasileirinho e pronto. Mas virou algo muito maior. Esqueceram até do joelho e agora só falam da música", comparou.
Há um ano, os joelhos de Daiane (o direito, mais especificamente) foram um capítulo à parte na Olimpíada de Atenas, em 2004. Pouco mais de um mês antes dos Jogos, ela se submeteu a uma cirurgia às escondidas para a retirada de cartilagens do local. O alarde com a descoberta a acompanhou na Grécia e as atenções com a maior estrela brasileira criaram uma espécie de "diário do joelho" na imprensa nacional.
O que chegou a irritar há um ano, hoje é visto de outra forma. Mais calma, mais madura. "Acho que mudei um pouco. Várias pessoas falam que estou mais tranqüila, mais bonita. Acho que amadureci bastante", afirmou.
O quinto lugar na Olimpíada, o fim de um namoro, um novo apartamento e a presença da família ajudaram nesse processo. "Minha irmã e meu sobrinho agora moram comigo e estou curtindo uma fase bacana. Estou até menos baladeira", revela a atleta, fã de pagode. "Antes conseguia sair, chegar tarde e treinar normalmente. Hoje o pique não é mais o mesmo. Se saio no sábado, domingo estou morta, passo o dia todo em casa", revela.
A noite agora moderada para Daiane motivou o fim da seleção defendida pela sua maior adversária, a romena Catalina Ponor. "Cada país tem as suas regras, mais ou menos rígidas. Sair vai da consciência de cada ginasta", disse.
A brasileira garante não se importar com a saída de cena mesmo que temporária da rival. Também não tem nos planos uma vingança na Austrália pelo título perdido em Atenas. "Se fosse para ter uma vingança, teria sido na final da Copa do Mundo ano passado, quando fiquei em primeiro. Isso não existe. Estou mais preocupada comigo."
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