Mentira custa 3.º lugar a Hamilton
Que sirva de exemplo para todos os pilotos da Fórmula 1: mentir para os comissários desportivos custará a desclassificação da prova. Foi esse o ensinamento que o inglês Lewis Hamilton (McLaren), atual campeão mundial, aprendeu ontem na Malásia. Com a punição dele por ter mentido em seu depoimento, o italiano Jarno Trulli, da Toyota, recuperou o terceiro lugar conquistado no GP da Austrália, domingo, em Melbourne.
Kuala Lumpur, Malásia - Todos na Fórmula 1 já sabem: salvo alguma surpresa, a disputa pela pole position do GP da Malásia deverá se restringir ao brasileiro Rubens Barrichello e ao inglês Jenson Button, a dupla da estreante e já notável equipe Brawn GP. Depois de dominarem a primeira etapa do campeonato, na Austrália, os dois pilotos entram como favoritos no treino de classificação no circuito de Sepang, que acontece na madrugada de amanhã, a partir das 6 horas (horário de Brasília).
Até os adversários já se renderam ao carro da Brawn GP, principalmente depois do sucesso no GP da Austrália, com Button em primeiro e Rubinho em segundo, tanto no grid de largada quanto na prova. "Eles são pelo menos sete décimos de segundo mais rápidos por volta que qualquer um. Disse desde o primeiro dia que o carro deles é de outro mundo e continuo com a mesma cabeça até que as coisas mudem", afirmou o brasileiro Felipe Massa, da poderosa Ferrari.
O alemão Jorg Zänder e o francês Loic Bigois são os responsáveis pela obra de arte, como definiu Nick Fry, sócio da Brawn GP. Eles já tinham feito o projeto do carro do ano passado da Honda, equipe que deu origem à Brawn GP, mas foi um fracasso. Dessa vez, no entanto, tiveram a coordenação técnica de um dos mais brilhantes engenheiros da Fórmula 1, Ross Brawn, para criar o BGP 001, que vem dominando as pistas neste começo de temporada.
Ross Brawn, que assumiu o controle da equipe após a saída da Honda, deu as diretrizes para a concepção do BGP 001 e fez o que realizava com enorme capacidade na Ferrari, integrando as várias áreas do departamento de projeto, talvez o maior segredo para um carro de Fórmula 1 ser eficiente. Mas o que tem, afinal, de tão especial o modelo utilizado por Button e Rubinho no atual campeonato?
"Equilíbrio, compatibilização entre o conjunto aerodinâmico e o mecânico", diz Rubinho, com a experiência de quem já pilotou carros praticamente invencíveis, como os da Ferrari de 2002 e 2004, também coordenados por Ross Brawn.
"Às vezes, uma equipe é capaz de encontrar no túnel de vento soluções que fariam o carro ser muito rápido. O desafio é você criar um base mecânica para poder vestir essa roupagem aerodinâmica e fazê-la funcionar", explicou o próprio Ross Brawn.
"Senti desde as primeiras voltas que aquele carro tinha o dedo, a mão e a cabeça do Ross Brawn. Tive a mesma sensação de quando pilotei a Ferrari de 2002 e 2004, os monopostos mais equilibrados que já guiei", admitiu Rubinho, lembrando ainda que a equipe trocou o motor Honda pelo Mercedes nesta temporada. "Faz diferença também o motor Mercedes. Suas características técnicas de potência, consumo e resistência se encaixaram como uma luva com as do carro."
Ao vivo
Treino classificatório para o GP da Malásia, às 6 h (de amanhã), na RPC TV.
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