Rival Metropolitano ganha espaço em Maringá
O empresário adquiriu o Grêmio Maringá em 2002, quando a equipe de estava na 1ª Divisão do Campeonato Paranaense e disputava a Série C do Campeonato Brasileiro. Atualmente o Alvinegro está à venda e na Terceirona, com dezenas de jogadores alegando falta de pagamento. O próprio Almeida, no início do ano, confirmou que havia parcelado uma dívida de R$ 5 milhões. Mesmo com tanta turbulência, o mandatário conseguiu tempo para ser um acionista da compra do espanhol Rancing Santander.
Não bastassem os resultados dentro e fora do gramado, desde 2010 o Grêmio Maringá precisou conviver com um rival incômodo. O Metropolitano, que agora terá o nome alterado para Maringá Futebol Clube, colecionou títulos e simpatizantes. A equipe conquistou a Terceirona de 2010 e a Série Prata deste ano, recolocando a cidade na elite do estado após seis anos de ausência.
O tradicional Grêmio Maringá voltou a atuar pelos campos paranaenses em 2010. Até agora, só jogou. Não convenceu e nem foi sombra do que a história conta a respeito do Galo Guerreiro, que segue preso a um passado vitorioso e honroso: o maior campeão paranaense do interior, com os títulos estaduais de 1963, 1964 e 1977. Nos últimos anos, o time só colecionou fracassos e, segundo muitos ex-jogadores, dívidas incalculáveis. Para piorar a situação, o time foi colocado à venda há três meses e o presidente do time, Aurélio Almeida, desapareceu desde então.
O empresário chegou a dar a preferência de compra à Prefeitura de Maringá, que nem se manifestou sobre o assunto.
Neste ano, o Alvinegro terminou a Série Prata na última posição, caindo para a Terceira Divisão do estado. A equipe Sub-20, cuja classificação para a segunda fase estava garantida, precisou abandonar o Campeonato Paranaense por falta de apoio e ajuda financeira.
"Quando terminou a competição do profissional, foi paralisado tudo", contou o técnico da categoria e auxiliar técnico do profissional, João Francisco do Nascimento, o Bugrão. "Meu contato com o Aurélio é difícil. Não consigo mais falar [com ele]."
A reportagem teve o mesmo problema. Procurou o presidente no celular e no telefone do escritório do time, que está inabitado há meses segundo os vizinhos.
O Grêmio chegou a anunciar o ex-goleiro da seleção brasileira Waldir Peres como treinador neste ano. A credibilidade pela contratação naufragou na primeira partida da Divisão de Acesso: sem goleiro algum inscrito, um atacante foi para o gol e a situação virou chacota nacional. Pós-competição, a maioria dos jogadores segue sem receber os salários.
"Aurélio falou de rios em dinheiro, mas no decorrer do campeonato desapareceu do clube", contou um atleta, que pediu para não ser identificado para preservar o futuro no futebol. "Não pagou jogador algum", disse, garantido não ter recebido R$ 7 mil.
Diferente dele, outros atletas que passaram pelo Grêmio já não possuem tal receio. Já deixaram o futebol e não se importam com o assunto, apenas cobram as dívidas. Em 2010, na última partida do hexagonal final, contra o Andraus, em casa, os jogadores chegaram a fazer um complô. O objetivo era não entrar em campo.
"Fizemos uma reunião com todos os jogadores, mas ele conseguiu convencer todo mundo com a lábia dele", contou o ex-atacante do time Adriano Almeida, que garantiu não ter recebido R$ 7 mil. "Deu uma merrequinha em dinheiro e algumas notas promissórias. Ele foi um dos que me fez repensar sobre o verdadeiro futebol."
A mesma situação vive o também atacante Wellington Sorriso, que já defendeu as cores do Grêmio.
"Não posso perder tempo contando o que ele me deve. Pelas conversas com outros jogadores, fiquei sabendo do passado dele e que não irá pagar. Tinha contrato de três anos", citou. Até jogadores do júnior, selecionados em uma peneira que custou R$ 250, cobram do presidente do Grêmio.
"Pagamos aquele valor absurdo, recebemos um uniforme de péssima qualidade e ficamos jogando por um bom tempo e jamais recebemos nem a passagem do ônibus", contou o ex-goleiro Alex Veiga.
Sem interessados na compra do Galo, o clube começa a perder espaço em Maringá. Nesta temporada, por exemplo, o Metropolitano conseguiu recolocar a cidade na elite regional de 2014, deixando ainda mais problemática a situação do tradicional alvinegro.
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