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Ex-vereador de Curitiba Julião Sobota, que reassume a presidência da Fanáticos em janeiro: “Sou sócio do clube, vou lá ficar no meu lugar e vou cantar para o meu time” | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Ex-vereador de Curitiba Julião Sobota, que reassume a presidência da Fanáticos em janeiro: “Sou sócio do clube, vou lá ficar no meu lugar e vou cantar para o meu time”| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Investigação

Denúncias ampliam lista de suspeitos de brigar em Joinville

Na investigação policial, começa a engrossar a lista dos torcedores do Atlético e do Vasco suspeitos de se envolver na briga do último domingo, na Arena Joinville. O delegado-chefe da Delegacia Regional de Polícia da cidade catarinense, Dirceu Silveira Júnior, disse ontem que estão chegando informações da Delegacia de Proteção ao Turista do Rio e da Delegacia de Polícia Móvel de Futebol de Curitiba sobre o caso. Para facilitar o contato, foi criado até mesmo um e-mail específico para isso (denunciajogojoinville@pc.sc.gov.br).

Em relação ao número de torcedores denunciados, o delegado preferiu não divulgar mais detalhes porque todos estão sendo investigados em seus respectivos estados – "para não atrapalhar as investigações dos colegas que tentam localizar os suspeitos, estamos trabalhando em sigilo neste primeiro momento", justificou. Segundo ele, também poderão integrar a lista dos denunciados os quatro torcedores (dois atleticanos e dois vascaínos) que sofreram ferimentos e foram hospitalizados depois da briga generalizada no último domingo.

O estudante Willian Batista da Silva, de 19 anos, é o único dos feridos que continua hospitalizado em Joinville. O quadro clínico é estável, mas não há previsão de alta. Os três vascaínos presos em flagrante no domingo – Leone Mendes da Silva, de 23 anos, Arthur Barcelos de Lima Ferreira, de 26, e Jonathan Santos, de 29 – estão em prisão preventiva. Existe a possibilidade de ficarem detidos até o julgamento do caso.

Agência Estado

Sem apoio

Base eleitoral para a eleição de Mario Celso Petraglia à pre­­sidência do Atlético, em 2011, a torcida Os Fa­­náticos garante que não re­­cebe benefícios do clube pelo apoio. "Faz mais de 15 anos que a torcida não ganha um in­­gresso do clube, nada de auxílio viagem", fala o advogado do grupo, Juliano Rodrigues, que afirma que o grupo acertou na escolha vendo o desempenho na temporada. "Ou a gente apoiaria uma chapa que tinha rebaixado o Atlético. Jamais le­­vamos pelo lado pessoal, mas pelo o que achamos melhor para o clube", completa.

Anulação

Os advogados do Vasco prometem entrar hoje na Justiça Desportiva para anular o jogo com o Atlético. O clube alega que o juiz Ricardo Marques Ribeiro (MG) desrespeitou o Regulamento Geral das Competições da CBF, que prevê que uma partida pode ser interrompida por no máximo 60 minutos. Se o problema não for resolvido, o jogo deverá ser suspenso. No domingo, o confronto ficou parado por 73 minutos.

Sexta

O julgamento da briga entre torcedores do Atlético e Vasco, domingo, na Arena Joinville foi marcado para sexta-feira, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro. O Rubro-Negro corre o risco de perder até 20 mandos de jogos, além de ter de pagar uma multa de R$ 400 mil. O time carioca, por sua vez, também pode perder 20 mandos. A multa, porém, é de 200 mil.

A torcida Os Fanáticos foi punida ontem pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e não poderá frequentar estádios de futebol por seis meses. Na prática, porém, a ação não vai restringir a presença da organizada nos jogos do Atlético no ano que vem. "Se proibirem a torcida, se extinguirem a torcida, não dá nada. Sou sócio do clube, vou lá ficar no meu lugar e vou cantar para o meu time", assegura o ex-vereador Julião Sobota, que em janeiro reassumirá a presidência do grupo.

Até 10 de junho de 2014, a uniformizada não pode frequentar partidas com roupas, faixas e bandeiras com referência à facção. Nem mesmo a presença da bateria está autorizada. A multa em caso de descumprimento é de R$ 20 mil. Se a torcida causar algum distúrbio a partir de agora, pode ter a pena aumentada para três anos de ausência.

Ainda assim, o risco de outro incidente como o que ocorreu no duelo contra o Vasco, no último domingo, em Joinville, não diminui com a medida. No último Atletiba (6/10), uma briga com a organizada rival Ultras causou ao clube a perda de dois mandos de campo, fato que levou as duas últimas partidas no Brasileiro para Santa Catarina.

A rixa, entretanto, tende a esquentar a partir da reabertura do Joaquim Américo. Como ambos os grupos devem ocupar o setor denominado FAN, o mais barato do novo estádio, novos conflitos são prováveis. "Não temos convivência com aqueles caras", crava Sobota, que há dois anos ameaçou jogadores do Atlético de "tomarem sopa de canudinho" caso fossem encontrados na noite de Curitiba. Neste ano, ele estava entre os torcedores do Furacão armados de paus e pedras que "defenderam" a Arena da Baixada de protestos durante a Copa das Confederações, em junho.

Apesar do histórico negativo e de culpar a torcida do Vasco – inclusive divulgando imagens do início da confusão que, segundo a facção, foi dado pelos cariocas – e a ausência da PM pela barbárie em Joinville, a torcida Os Fanáticos vê "punição séria" como a única forma para evitar novas cenas lamentáveis.

"Se lá atrás o MP ou a polícia tivessem identificado os caras que incomodam há quase dez anos, eles não estariam no estádio dando prejuízo", diz Sobota.

Após briga em SC, ex-vereador fica sem cargo no governo

Angieli Maros

O ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti (PP), que admitiu ter participado da briga entre as torcidas de Atlético e Vasco em Joinville (SC), domingo, pediu demissão do cargo que ocupava no governo do Paraná. O pedido foi aceito pelo governador Beto Richa (PSDB). Ele é irmão da deputada federal Cida Borghetti e cunhado de Ricardo Barros, secretário estadual da Indústria e Comércio.

Inicialmente, o cargo de Borghetti foi dado como superintendente da EcoParaná, autarquia do Executivo estadual ligada à Secretaria do Esporte e Turismo. No entanto, a assessoria de imprensa do governo informou que ele exercia o cargo de superintendente da Paraná Projetos, a extinta EcoParaná. "Acabei de receber e aceitar pedido de demissão do Juliano Borghetti, superintendente da PR Projetos, vinculada à Secretaria de Pla­­nejamento", escreveu Ri­­cha em sua conta no Twitter.

No período em que esteve na Câmara Municipal de Curitiba, entre 2008 e 2012, Borghetti chegou a propor com outros parlamentares a lei municipal que obriga o cadastro de torcedores em estádios. A reportagem procurou por Borghetti, mas ele não foi encontrado.

Para o deputado federal Nel­­­­son Meurer, presidente do PP no Paraná, quem "cometeu erro tem de pagar".

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