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Apesar do susto geral, e da preocupação do capitão Giba (7), a queda do líbero Serginho ao tentar salvar uma bola diante da Alemanha não teve consequências graves. | Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo
Apesar do susto geral, e da preocupação do capitão Giba (7), a queda do líbero Serginho ao tentar salvar uma bola diante da Alemanha não teve consequências graves.| Foto: Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo

Serginho dá susto em vôo camicase

O líbero Serginho deu um susto na comissão técnica da seleção brasileira de vôlei, ontem, durante a vitória por 3 a 0 sobre a Alemanha. Ao tentar defender com os pés uma bola que rumava para trás das placas de publicidade, o jogador caiu de mal jeito sobre um banco de madeira e machucou o joelho esquerdo, operado no ano passado. A lesão, contudo, não é grave.

"Na hora doeu bastante, mas graças a Deus não foi nada de mais sério", disse ele, o verdadeiro "salvador" de bolas da equipe nacional. "E o que é um joelho para quem está na guerra? Qualquer coisa, eu arranco fora", brincou.

A disposição incontrolável é elogiada pelo técnico Bernardinho. De acordo com o treinador, porém, já foi feito um pedido para que o camisa 10 só vá atrás das bolas possíveis. "Sabe o que ele responde: ‘Se eu não tentar, como vou saber se não são defensáveis?’ Não podemos mudar a natureza dele", afirmou o comandante. (CEV)

A derrota para a Rússia, na semana passada, reabriu velhas feridas na seleção brasileira masculina de vôlei. Uma reunião pedida pelos jogadores com o técnico Bernardinho resultou num pacto entre as partes. Em nome da paz, o treinador prometeu diminuir a intensidade das broncas para que bate-bocas públicos como o que teve com o meia-de-rede Gustavo nos primeiros dias em Pequim não ocorram novamente.

Ao que tudo indica, o acordo começou a surtir efeito. Ontem, na vitória por 3 a 0 (22-25, 21-25, 23-25) sobre a Alemanha, já deu para perceber um Bernardinho mais tranqüilo. As caras feias e as reclamações não sumiram, mas foram contidas. Durante os pedidos de tempo, o técnico conversava apenas o essencial com o elenco. As cobranças partiam dos próprios atletas.

"Eles estão melhorando sozinhos. Eu, infelizmente, não consigo mais nada, só dou dicas", afirmou o treinador.

A forte pressão de quem precisa estar sempre vencendo e o longo período de convivência desgastaram naturalmente a relação. É na base da conversa que o grupo tem procurado superar as dificuldades na busca pelo bicampeonato olímpico.

"Essa seqüência forte de jogos nos fez crescer bastante. Melhoramos, mas ainda precisamos evoluir", disse o oposto André Nascimento. "Hoje eu não consigo apostar em um time para ser campeão. A Olimpíada está muito equilibrada", acrescentou.

Depois do inesperado revés na Liga Mundial, quando o time parou na semifinal, derrotado pelos EUA, no Maracanãzinho, parece que a sorte voltou a acompanhar a seleção. O triunfo sobre os germânicos, aliado à vitória de virada por 3 a 2 da Polônia sobre a Rússia, fez com que o Brasil fechasse a primeira fase na liderança do grupo B, fugindo de confrontos complicados contra Itália ou Bulgária ainda nas quartas-de-final – a equipe só poderá encontrar os algozes norte-americanos numa eventual decisão.

O rival das quartas-de-final será a China, quarta colocada na chave A, amanhã, às 9 horas (de Brasília). "Independentemente do adversário, esse é o pior jogo que tem. Se você ganha, ainda não há a garantia da medalha. Se perde, volta para casa de mãos abanando", comentou Gustavo.

Bernardinho ficou toda a tarde de ontem em Pequim trancado na caverna (apelido dado ao local de estudos da comissão técnica dentro da Vila Olímpica) assistindo a vídeos para dissecar os donos da casa. Em seguida, o treinador reuniu o grupo, passando as primeiras informações sobre os chineses. "Não existe adversário fácil em Olimpíada. Vamos estudá-los ao máximo para conseguirmos vencê-los e chegar às semifinais", disse o meia-de-rede André Heller, recuperado das dores musculares que o tiraram do duelo contra os europeus.

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