Ana Marcela Cunha: "estava me sentindo bem na raia, estava confiante"| Foto: TOBY MELVILLE/REUTERS
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A brasileira Ana Marcela Cunha, 16 anos, se destacou nesta quarta-feira na prova da maratona aquática da Olimpíada, acompanhando o ritmo das primeiras durante todo o tempo e chegando em quinto lugar, apenas cinco segundos atrás da medalhista de bronze.

Ana Marcela nadou os dez quilômetros da prova, dando quatro voltas na raia montada no local das competições de remo em Pequim, com o tempo de 1h59min36s. A primeira colocada, a russa Larisa Ilchenko, fez o percurso em 1h59min27s.

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A baiana, que se mudou com a família para Santos há dois anos para treinar e competir pela equipe da Unisanta, terminou a prova à frente da outra brasileira na competição e que era cotada para uma medalha, Poliana Okimoto, que chegou em sétimo.

"Eu estava me sentindo bem na raia, estava confiante", disse a atleta, a mais jovem das 24 competidoras.

"Claro que a gente sempre nada pensando em medalha, mas acho que foi um resultado bem legal. Ficar em quinto contra as melhores nadadoras do mundo na primeira Olimpíada acho que está bom", acrescentou.

Ana Marcela apareceu no cenário da maratona apenas recentemente, depois de uma vitória neste ano na etapa de Setúbal (Portugal) da Copa do Mundo.

"Ela é um talento", afirmou à Reuters o técnico da nadadora, Marcio Latuf. "Nadando nesse ritmo com 16 anos ela tem um potencial enorme para evoluir, se continuar tendo apoio e seguir treinando forte".

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Latuf acredita que Ana Marcela poderia ter ido ainda melhor, se tivesse adotado a estratégia de nadar um pouco à frente de onde estava na maior parte da prova.

"Ela ficou muito tempo no pelotão intermediário e ali é difícil, porque esbarra nas outras, às vezes é atrapalhado por outras nadadoras".

Ana afirmou que estava confortável nadando mais atrás, mas acrescentou que realmente existe contato entre as nadadoras e que precisa ganhar mais experiência para saber lidar com esse tipo de situação durante as provas.

"Comecei a treinar para a maratona de verdade só há um ano e meio. Tem muita malícia que eu ainda preciso aprender", disse ela, que também disputa provas de fundo na piscina.

A nadadora, que tem o apoio integral do pai, George Cunha, que cuida de detalhes como trajes e patrocínios, afirmou que prefere nadar no mar, onde está mais acostumada, e que a raia de Pequim favoreceu nadadoras que treinam mais em piscina.

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Mas tanto ela como o técnico elogiaram o local e também a qualidade da água, bastante limpa, apesar dos temores antes dos Jogos relacionados à poluição ambiental.

Ana e seu técnico já pensam nos próximos Jogos, em Londres-2012, quando ela estará com 20 anos.

"Tenho quatro anos pela frente e tem muito que evoluir pra chegar bem na próxima Olimpíada", afirmou a nadadora.