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César Cielo em uma das etapas do seu ritual pré-prova, que inclui socos em si mesmo e água para todo o lado | SERGIO MORAES/REUTERS
César Cielo em uma das etapas do seu ritual pré-prova, que inclui socos em si mesmo e água para todo o lado| Foto: SERGIO MORAES/REUTERS
  • Mark Spitz, registrado em 1972

A China caprichou na construção do imponente Cubo D'Água, palco da natação, dos saltos ornamentais e do nado sincronizado na Olimpíada de Pequim. O suntuoso centro aquático custou US$ 143 milhões (algo em torno de R$ 230 milhões) – desse total, US$ 25 milhões (R$ 40 milhões) foram doados pelo bilionário Henry Fok, de Hong Kong. A magnitude da obra, contudo, ficará em segundo plano a partir de 9 de agosto, quando os nadadores caírem na água, tamanho a quantidade de estrelas.

A lista de "celebridades das raias" é puxada pelo fenômeno Michael Phelps, para muitos como o brasileiro César Cielo o melhor nadador de todos os tempos. O americano desembarca no Oriente com a intenção de destronar o compatriota Mike Spitz, que em Munique-1972 levou para casa sete medalhas douradas. As chances são boas. Em Atenas-2004, o atleta ficou em primeiro lugar seis vezes, além de terminar na terceira posição em outras duas oportunidades. No Mundial do ano passado, venceu as sete competições que disputou. Desta vez, o fenômeno das águas obteve índice em oito provas.

Há ainda outros fora de série logo abaixo de Phelps na hierarquia das estrelas. O grupo é extenso, composto pelos norte-americanos Ryan Lochte (uma prata e um ouro em Atenas), os australianos Eamon Sullivan, Leisel Jones, Libby Lenton e Grant Hackett (recordista dos 800 e 1.500 livre), os franceses Alain Bernard (recordista dos 50 m e 100 m livre) e Laure Manaudou e o holandês Peter van den Hoogenband.

No Brasil, o paulista César Cielo e o carioca Thiago Pereira são os grandes astros de uma equipe que pode voltar ao pódio em Pequim. "Michael Phelps e Ryan Lochte são, na minha opinião, os dois maiores nadadores do mundo hoje. Para batê-los é preciso estar muito bem treinado, mas acima de tudo estar muito forte mentalmente e acreditar que é possível derrotá-los. A maioria dos nadadores já entra na prova pensando que o primeiro e segundo lugar têm dono", comenta Cielo, em entrevista por e-mail.

O nadador obteve índice nas duas provas mais rápidas da natação, os 50 m e 100 m livres, onde baterá de frente com Eamon Sullivan e Alain Bernard, os grandes favoritos. Ele quer fazer da superação a sua arma na busca por um lugar no pódio. "Os franceses, australianos e americanos são os mais rápidos na atualidade, mas Olimpíada é Olimpíada. No momento da prova tenho certeza de que muitas surpresas podem acontecer, como um atleta que não era favorito aparecer e brigar pela medalha", avalia.

Blindado pela mãe, Rose Vilela, que assumiu o gerenciamento de sua carreira após os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, no ano passado, Thiago Pereira está evitando os jornalistas. A estratégia de dona Rose é deixá-lo focado no treinamento para que consiga superar a quinta posição conquistada nos 200 m medley em Atenas. Mais badalado nadador do país, apelidado de Phelps brasileiro por causa das oito medalhas conquistadas no Pan (seis ouros), Thiago irá competir em sete provas na China – em quatro delas lado a lado com o Phelps original.Estrelas consagradas ou do segundo escalão, é certo que todos estarão a bordo do LZR Racer, maiô produzido pela Nasa que ajuda na performance dos nadadores. "É com certeza o melhor maiô já feito até hoje. Pode fazer diferença sim", ressalta Cielo.

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