Você em Pequim: Mande fotos das suas experiências durante os Jogos Olímpicos
Alguns dos atletas e esportes que saíram do Brasil com chances reais de obter medalhas de ouro retornam sem razões para não terem sido bem-sucedidos nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Com algumas exceções, como no judô, atletas não conseguem definir um fator-chave que tenha contribuído para o desempenho insatisfatório, apesar de admitirem erros, em alguns casos.
"Gente, não sei o que aconteceu. Eu estava muito bem, estava tudo muito certo, isso é uma coisa que eu nunca esperei que fosse acontecer", disse o ginasta Diego Hypólito sobre o final infeliz no solo, ao cair sentado no movimento de conclusão da série.
"Não adianta as pessoas quererem achar um motivo para o que aconteceu. Isso acontece com qualquer ser humano, eu errei", afirmou ele alguns dias depois da prova em que ficou em sexto, apesar de ter feito uma ótima rodada de classificação, com a maior nota.
Outros, como Jadel Gregório, do salto triplo, dizem que ainda vão tentar encontrar o motivo para a falha, avaliando as imagens da competição.
"Trabalhei o ano inteiro, não sei o que deu errado, não foi o resultado que esperava. Vou ver o vídeo da prova para entender o que aconteceu", afirmou o atleta, que também ficou em sexto lugar em sua prova e não ameaçou em nenhum instante os líderes.
No futebol masculino, que segue sem o título olímpico (o único importante que falta em sua galeria), o técnico Dunga atribuiu o fracasso a coisas do esporte.
"Ganhamos (da Argentina) na Copa América e hoje (na semifinal) perdemos, e a vida do esportista é assim. Tem que ter a frieza de saber reagir", afirmou, enquanto Ronaldinho Gaúcho preferiu dizer que o time "dormiu" em alguns momentos do jogo, que foram aproveitados pela Argentina.
O Comitê Olímpico Brasileiro ainda deverá fazer uma avaliação do desempenho da equipe que chegou ao número recorde de 277 atletas nesta edição dos Jogos, mas que não terá um desempenho superior ao obtido em Atenas há quatro anos.
Alguns dirigentes já batem novamente na tecla da preparação mental para momentos decisivos.
"Temos que olhar a parte emocional, a parte psicológica, avaliar isso profundamente pra ver como podemos atuar de maneira positiva para blindar melhor a equipe nesse aspecto", afirmou Ney Wilson, chefe da equipe do judô, que voltou com três bronzes, inclusive o primeiro do feminino na história, mas sem o ouro almejado.
No judô, o bicampeão mundial João Derly, desclassificado na segunda rodada, afirmou que ficou um pouco "acuado" na segunda luta, que definiu sua saída, mas não soube dizer o motivo dessa postura.
Já Tiago Camilo disse que errou mesmo no combate contra o alemão Ole Bischof, que o tirou do caminho do ouro.
O técnico Nélio Moura, que sai de Pequim com dois de seus atletas nos lugares mais altos do pódio, Maurren Maggi e o panamenho Irving Saladino, ambos campeões no salto em distância, afirmou que não há segredo nenhum.
"Tem que trabalhar muito e estar preparado para aproveitar o momento que aparece", afirmou.
Segundo ele, a estratégia que costuma seguir com seus comandados é a de tratar a competição como outra qualquer, apesar de obviamente não ser. A concentração apenas na prova e no que deve ser feito não permite imaginar hipóteses sobre os Jogos.
O "já ganhou" também deve passar bem longe da mente do atleta, quando muitos dizem que ele é favorito.
"A gente não veio para o estádio com a medalha no peito, mas eu sabia que a Maurren vinha para dar o melhor que ela tinha pra dar", afirmou Nélio.
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