A história do vôlei estará em quadra nesta sexta-feira (22), às 9h, em Pequim. As duas seleções que mandam na modalidade há duas décadas vão lutar por uma vaga na decisão olímpica, mas com status diferentes.
Atual bicampeão mundial, o Brasil entra como favorito contra uma Itália surpreendente, renovada e que tenta voltar ao topo do planeta. Juntos, os dois países conquistaram os últimos cinco títulos mundiais e 15 das 19 Ligas Mundiais já disputadas.
O técnico Bernardinho fez parte de um dos primeiros capítulos dessa história. Então levantador reserva, ele participou da vitória que botou o Brasil pela primeira vez em uma final olímpica, em Los Angeles-84. Seis anos depois, os times voltaram a se enfrentar na semifinal do Mundial no Brasil. Os italianos venceram, conquistaram o título e iniciaram um domínio que levaria o time a outros dois Mundiais e oito Ligas Mundiais. O último capítulo importante foi um dos mais emocionantes: a vitória brasileira na decisão de Atenas-2004. Para ele, a semifinal tem todas as características de um clássico mundial.
- A Itália vem com moral, confiança depois da vitória sobre a Polônia. Mas a pressão está com a gente, a maior responsabilidade é do Brasil. O equilíbrio é a tônica da competição, não tem como apontar favorito, mas estamos onde gostaríamos de estar. Contra a Itália, não tem relaxamento, é um clássico, mas sinto que o time está crescendo - diz
Os rivais são inimigos íntimos. Seis brasileiros atuaram na liga italiana na última temporada e outros já passaram por lá, como Giba, atualmente na Rússia. Para ele, apesar de tanto conhecimento mútuo, o jogo terá espaço para surpresas.
- Eles estão com um meio-de-rede novo que nós não conhecemos. É um cara que estava na Série B. E também precisamos ver se o Fei (contundido) vai jogar ou não. Ele faz diferença - diz.
O Brasil também tem uma dúvida. Anderson torceu o pé esquerdo em um treino na quarta-feira e pode ficar fora, dando lugar a Samuel como curinga do time.
Os jogadores brasileiros concordam que a Itália caiu de nível nos últimos anos, mas acreditam em uma partida complicada, honrando a história dos dois times. Negam favoritismo, apesar de o Brasil ter vencido os últimos quatro jogos e de a Itália não ter convencido em sua campanha em Pequim. Logo na estréia, os italianos quase perderam para a China, adversária que o Brasil superou com facilidade nas quartas-de-final.
- O jogo contra a Itália é sempre diferente. Ainda mais em uma semifinal olímpica. Tudo tem que dar certo. Eles conhecem bem a gente. E nós também sabemos como eles jogam. Tem muita rivalidade. Por isso é um jogo bem difícil - diz o levantador Marcelinho.
André Nascimento pede cautela e mostra um pouco de irritação com o estilo dos adversários em quadra.
- Ainda temos de estudá-los para ver como estão jogando. Eles sempre beiram a arrogância. Eles confiam muito neles independentemente da fase que vivem. Temos que pressionar o tempo inteiro para vencer. É um adversário muito tradicional, mas estamos crescendo a cada partida.
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