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Inconstância e erros brasileiros facilitaram a vitória da Rússia sobre a seleção em Pequim | Alexander Demianchuk / Reuters
Inconstância e erros brasileiros facilitaram a vitória da Rússia sobre a seleção em Pequim| Foto: Alexander Demianchuk / Reuters
  • No primeiro set, o Brasil fez o seu jogo e venceu bem os russos
  • A partir do segundo set, a Rússia passou a forçar mais o saque e apertou o cerco nos bloqueios
  • Dois erros de marcação da arbitragem ajudaram a desconcentrar a seleção brasileira
  • Com o Brasil errando muito, nem mesmo o bloqueio triplo evitou a derrota no segundo e terceiro sets
  • Bernardinho avisa:
  • Seleção brasileira de vôlei masculino perde por 3 sets a 1 para a Rússia

"O time está pronto para dar tudo de si na busca por mais uma vitória", havia garantido o técnico Bernardinho um dia antes do jogo entre Brasil e Rússia. Mas não foi o que aconteceu. Na madrugada desta quinta-feira, a seleção começou sem o capitão Giba (com dores no ombro direito) e determinada a vencer, mas se abateu com a derrota no terceiro set. Com o jogo tenso e cheio de vacilos por parte dos brasileiros, Bernardinho fez uma tentativa desesperada e chegou a colocar o capitão em quadra, mas o Brasil acabou perdendo para os russos por 3 sets a 1, com parciais de 22/25, 26/24, 31/29 e 25/19. Com o primeiro lugar do Grupo B, a Rússia garantiu a classificação às quartas-de-final.

Em segundo na chave, o Brasil tem totais chances de avançar à fase seguinte. Na próxima rodada, a seleção brasileira enfrenta a Polônia, às 9h de sábado, e precisa da vitória. Isso porque os Jogos são disputados em quatro etapas: preliminar, quartas-de-final, semifinal e final. Na primeira fase, as seis equipes de cada grupo se enfrentam entre si. As quatro primeiras de cada chave vão à próxima etapa. A partir das quartas, os confrontos passam a ser eliminatórios até a decisão da medalha de ouro. Os perdedores das semifinais jogam pelo bronze.

- Perder do jeito que perdeu no terceiro set, certamente deu uma desanimada. Isso não pode acontecer. O time sentiu a pressão de ser derrotado - disse o técnico Bernardinho, em entrevista à RPC TV.

Muitos motivos para vencer a Rússia

O jogo não foi fácil, como já se esperava. Inclusive, foi mais tenso do que se imaginava. Mas não faltavam motivos para o Brasil entrar em quadra para exterminar os russos. Além de garantir a classificação à fase seguinte, o duelo cabia como uma revanche pela derrota em casa na disputa pelo bronze da Liga Mundial. Para um jogador em especial, o levantador Marcelinho, a vitória em cima da Rússia seria excelente uma comemoração pela chegada do filho Pedro, que nasceu na última terça-feira, no Brasil. Porém, cometendo vacilos e se deixando abater, a seleção brasileira foi derrotada.

Início animador por parte do Brasil

Assim como em todos os outros confrontos entre Brasil e Rússia, a partida começou muito equilibrada, com as seleções se revezando no placar. Os russos saíram na frente, mas a equipe brasileira não permitiu que o rival abrisse. A equipe russa saiu na vantagem no primeiro tempo técnico obrigatório. No retorno, um bloqueio de Dante deu o empate ao Brasil. Poltavskiy marcou. Outro bloqueio de André Heller garantiu igualou em 10 a 10. Um saque de efeito do central permitiu que a seleção brasileira ficasse pela primeira vez na frente do placar: 14 a 13. Com André Nascimento pela saída, a segunda parada ficou a favor do Brasil : 16 a 15.

A seleção não deixou que a Rússia tomasse a liderança no retorno à quadra. Seguidos ataques de Murilo, que novamente substituiu Giba (poupado com dores no ombro direito), aumentaram a vantagem no placar. O Brasil chegou a abrir três pontos: 20 a 17. Os russos apertaram e ficaram apenas um ponto atrás. Porém, mais determinados, os brasileiros firmaram no bloqueio e, com um belo triplo, fecharam em 25 a 22.

Mikhaylov garante o set para a Rússia

O segundo set também começou equilibrado. Porém, diferente do período anterior, a Rússia tomou a frente e não deixou que o Brasil se aproximasse. Após dos erros cometidos pela arbitragem, Gustavo se irritou e levou um cartão amarelo, chegando a aplaudir ironicamente a atitude do juiz Rodriguez. Por alguns instantes o assistente Ning parou o jogo e, na seqüência, Bernardinho pediu tempo para acalmar seus jogadores, principalmente o meio-de-rede.

A parada surtiu efeito, pois a diferença de cinco pontos caiu para um. Após o segundo tempo técnico obrigatório, Bruninho e Anderson entraram em quadra. O oposto não conseguiu bloquear, e Bernardinho foi à loucura. Um saque de Gustavo destroçou o passe russo, que não conseguiu devolver a bola. Com 21 a 21 no placar, Marcelinho e André Nascimento retornaram. Um bloqueio simples de Murilo deu a frente do placar ao Brasil pela primeira vez: 22 a 21. Foi quando Mikhaylov, atacante de confiança da Rússia, fez a diferença e marcou 26 a 24.

A derrota na segunda parcial alertou os brasileiros. Assim, eles voltaram mais atentos no terceiro set. Logo no início, tomaram a frente e apostaram na boa recepção para tentar parar o forte saque russo e vencer o período. Mikhaylov deu novamente trabalho para a seleção. Com fortes ataques, foi aproximando a Rússia no marcador. A vantagem brasileira, que era de cinco pontos, caiu para um. Após a segunda parada obrigatória, o jogo ficou muito equilibrado. A recepção, que no início do set funcionava bem, passou a não ser eficiente diante do forte saque russo. O Brasil teve três set points. André Nascimento desperdiçou um em um saque na rede. Dante outro com um saque para fora. E em um bloqueio, a Rússia fechou em 31 a 29.

Giba entra para tentar salvar a partida

O quarto set foi decisivo. A derrota no set anterior abateu o Brasil, que se desencontrou em quadra, começou a cometer erros bobos e deixou a Rússia jogar solta. Mikhaylov esteve livre nos ataques, e o saque russo voltou a ser um problema para a seleção brasileira. Assim, a vantagem do rival foi crescendo. Antes da segunda parada obrigatória, Bernardinho pediu tempo para tentar acalmar os jogadores e tentar trazê-los de volta à partida. Porém, um silêncio reinava no grupo. Com 16 a 19 no placar, o treinador colocou Giba, mesmo este estando com dores no ombro direito, para tentar a partida. Mas foi em vão... A Rússia seguiu firme nos seus fundamentos e finalizou em 25 a 19.

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