Pequim - Na primeira fase da Olimpíada de Pequim, o maior problema que o técnico Zé Roberto Guimarães teve foi comprar os bilhetes para que a família pudesse acompanhar os jogos finais da seleção brasileira feminina de vôlei. Já comprou até as finais. Afinal, dentro de quadra, o time venceu os cinco primeiros jogos por 3 a 0 o último, na considerada final antecipada, contra a Itália, ontem. O resultado garantiu a seleção na liderança do seu grupo.
Amanhã, à 1 hora (de Brasília), o Brasil enfrenta o Japão, pelas quartas-de-final. Se vencer, terá pela frente China ou Rússia na semifinal. Na outra chave, o finalista sairá de Cuba, Sérvia, Estados Unidos ou Itália.
Não é só o treinador que está confiante. O grupo também. Fora de quadra, poucas brincadeiras. Até a líbero Fabi, sempre mais saidinha, está moderada. Dentro de quadra, até aqui, a impaciência, um dos vilões do time, não deu as caras.
"Estamos muito determinadas, viemos aqui para vencer", afirma a capitã e levantadora Fofão.
E o resultado desse foco é um Zé Roberto também mais silencioso, tranqüilo.
"Do jeito que as coisas estão, não tenho muito o que falar. Está dando tudo certo. Se Deus quiser, vai continuar assim", diz, levantando as mãos paro o teto. Para visualizar o céu, precisaria ter uma visão raio X para ultrapassar no mínimo três pisos a entrevista coletiva é sempre no subsolo do Ginásio Capital.
O técnico procura falar o menos possível sobre o surpreendente desempenho brasileiro. Cinco vitórias e nenhum set perdido, no grupo mais difícil da Olimpíada, aos supersticiosos, dão todo o tipo de medo. No caso de Zé Roberto, não.
"Em Barcelona (quando ele ganhou o ouro com o vôlei masculino), foi tudo perfeito, não tivemos problema nenhum. Já em Atlanta, tudo errado. Um dia dei um futebolzinho para descontrair, e numa dividida o Nalbert foi jogado na parede, já fez um hematoma nas costas...", relembra.
Para as quartas-de-final, contra o Japão, o objetivo também é vencer a ansiedade. O sistema de disputa da Olimpíada, jogando a cada dois dias, ajuda por um lado, mas atrapalha por outro.
"Não estamos acostumados a isso. Nosso ritmo é chegar e fazer", revela o técnico, habituado a jogar todos os dias.
Para essa tarefa, o time asiático deverá servir bem. Com um jogo defensivo, a principal arma da seleção será a paciência.
"É um jogo chato, no qual temos de estar preparadas para a bola voltar a toda hora", diz Mari. "Mas quem quer vencer tem de estar preparada para tudo, e paciência é algo que já demonstramos bastante aqui na Olimpíada."
Na TV
Brasil x Japão, à 1 h (amanhã), na RPC TV, Band, SporTV, BandSports e ESPN Brasil.
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