Pequim - Dois dias seguidos, duas vitórias dramáticas.
Quem iniciou a série foram as mulheres. Na sexta-feira, Renata e Talita venceram as norueguesas Kathrine Maaseide e Susanne Glesnes por 2 sets a 1, após ficarem a dois pontos da derrota no segundo set. As brasileiras só acordaram na segunda série após estarem perdendo por 19 a 16.
Ontem, foi a vez da dupla Ricardo e Emanuel. Os campeões olímpicos levaram ao extremo o sofrimento. Só após quatro match points contra, também no segundo set, conseguiram a virada sobre os russos Barsuk/Kolodinskiy. Marcaram 2 a 1 (18-21, 25-23, 15-12) e avançaram para as quartas-de-final. Amanhã, enfrentam os norte-americanos Gibb e Rosenthal.
"Mas nem quero pensar nisso agora. Quero descansar. Nunca havia passado por isso", afirmou o paranaense Emanuel, que ainda parecia zonzo. "Parece que fiquei parado no tempo."
Já Ricardo lembrou de algo que, para ele, teve efeito semelhante: a semifinal de Atenas. "Contra a Suíça vencemos o tie-break por 16 a 14. Ele chegaram a abrir 11 a 9", conta.
De concreto ficou a sensação de que a lição deve ter servido para alguma coisa. E de que o susto poderá dar frutos no futuro. Uma outra análise é a de que os brasileiros saíram fortalecidos como dupla.
No momento chave do jogo, Emanuel sacava em 20 a 18 para os russos. O normal seria forçar, afinal, os adversários precisavam de apenas um ponto e teriam, no mínimo, duas chances para matar o jogo no ataque. Mas Ricardo fazia sinal com os dedos, pedindo um saque mais colocado.
"Seria o normal, pensei mesmo em forçar. Mas resolvi confiar no time. Saquei como combinamos e deu certo. O Ricardo bloqueou as duas bolas", lembrou o paranaense.
O paraibano, aliás, foi a chave da partida. Foi em cima dele que os russos basearam a estratégia de jogo. Sacaram no jogador e fecharam as brechas por onde ele costuma atacar. Com isso, a dupla que havia vencido apenas uma vez na fase classificatória fez um jogo quase perfeito. Mas a possibilidade que isso venha a se repetir, não assusta Ricardo.
"Foi assim na final olímpica. Prefiro até que façam assim, pois fico mais preparado", disse, logo depois de ser abraçado por Oscar, o Mão Santa sim, pois em um jogo dramático como esse ele não poderia faltar.
Eram dele aqueles gritos da tribuna de imprensa e os murros na mesa. Pulava sem parar, mas parou na hora que viu o mezanino pronto para desabar. No fim, desceu para abraçar os dois atletas.
"Esses dois são f... Foram buscar um jogo perdido", disse e parou para colocar a mão na cabeça. "Ai que dor de cabeça, não posso mais ficar gritando que dói tudo. Um dia ainda vou morrer disso."
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