"Geladeira" incomoda a seleção
Há outro problema incomodando a seleção brasileira masculina de vôlei tanto quanto a contusão do capitão Giba: o ar-condicionado do Capital Gymnasium, onde é disputado parte do torneio olímpico.
O frio no local é tão intenso que os reservas passam o jogo inteiro usando o agasalho oficial da delegação brasileira. E quem deixa a quadra corre para vestir o casaco.
Os jogadores já se mobilizaram contra o inverno artificial. Logo após a estréia contra o Egito, no sábado passado, o grupo pediu para que a comissão técnica tentasse, junto à organização da Olimpíada, a elevação da temperatura. A expectativa é que, para o confronto de amanhã, à 1h30 da madrugada (de Brasília), o problema esteja solucionado. "O ginásio em si é muito bom, mas o frio é de matar", reconhece o meio-de-rede André Heller. (CEV)
A fase não anda nada boa para o paranaense Giba. Uma tendinite no ombro direito pode tirar o atacante da seleção brasileira de vôlei de toda a primeira fase da Olimpíada.
O jogador descobriu a lesão de forma casual, durante o treino de segunda-feira. Ao realizar o movimento de ataque, sentiu muitas dores na região. Retirado imediatamente do trabalho, foi submetido a um exame de ressonância magnética, que acusou a inflamação. Por precaução, o camisa 7 foi poupado do duelo de ontem, com a Sérvia vitória de virada por 3 sets a 1. "Tenho que pensar no time", afirmou, no caminho para o vestiário.
Quem deu mais detalhes sobre a contusão foi o técnico Bernardinho. "Ele já havia sentido problema semelhante na Rússia (onde joga). A tendinite é aguda, não adianta forçar, já que a dor pode ser mascarada por causa do antiinflamatório que está tomando. É melhor recuperá-lo agora e tê-lo em plenas condições nos mata-matas", explicou o treinador, indicando que o atacante também não deve entrar em quadra contra a Rússia, à 1h30 da madruga de amanhã (de Brasília).
Este não é o primeiro problema clínico do paranaense neste ano. Em junho, pouco antes do início da Liga Mundial, o jogador pisou em uma bola ao subir para atacar durante um treinamento e torceu o tornozelo esquerdo. Um mês de recuperação. Dias preciosos para quem é peça fundamental na recuperação técnica do time, ainda cobrado pela modesta quarta posição no torneio anterior aos Jogos Olímpicos. "Vou fazer de tudo para estar bem mais para a frente. Não é nada preocupante", disse ele, que não é o único do elenco com problema no ombro Rodrigão e Murilo também sentem dores na região.
Sem o capitão por tempo indeterminado, Bernardinho testou Murilo na função no triunfo sobre a Sérvia. O gaúcho, irmão do meia-de-rede Gustavo, começou tímido, mas se soltou com o transcorrer da partida. Fechou como o segundo maior pontuador do Brasil, com 13 pontos, dois a menos que o ponteiro Dante.
Murilo conta que recebeu muito apoio do próprio Giba, na noite de segunda-feira (em Pequim), minutos após a reunião entre a comissão técnica, o jogador e os médicos que decretou a substituição do paranaense. "O pessoal todo veio conversar comigo, demonstrando muita confiança no que posso fazer", revelou. "Não vou dizer que é fácil substituí-lo, porque o Giba não é um jogador qualquer. Mas acredito que posso ajudar a seleção."
Sobre a Rússia, adversária da próxima madrugada, Murilo evita falar em usar o confronto para dar o troco pela derrota imposta na Liga. "É a nossa sobrevivência. A gente sabe que, contra eles, temos de jogar sempre 100%. Não podemos dar um ponto sequer, relaxar um segundo. Se jogarmos com a mesma pressão e a raiva de hoje (ontem), poderemos batê-los", ressaltou.
Na TV
Brasil x Rússia, à 1h30 (de Brasília), na RPC TV, Band, SporTV, BandSports e ESPN Brasil.