A maratona é realizada no último dia das Olimpíadas, mas há quem já esteja em uma prova de resistência na capital chinesa. Esse é o caso dos paulistas Fabricio Tota, 26, e Patrícia Lima, 27, que estão gastando mais de 40 mil reais para acompanhar o nadador norte-americano Michael Phelps e esportes coletivos nos quais o Brasil tem chances de medalha.

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Há um ano e meio planejando a viagem, o casal chegou a Pequim com ingressos para praticamente todas as disputas da natação no Cubo d'Água, final dos 100 metros no atletismo, as finais do vôlei de quadra e do vôlei de praia, as duas finais do futebol, as principais disputas do judô, ginástica, tênis e vários outros eventos. São 29 ingressos ao todo.

Mas os dois não estão satisfeitos: sem se preocupar com o custo que isso vai trazer, querem ainda entradas para acompanhar o brasileiro Diego Hypólito na final do solo da ginástica - os ingressos para esse dia de competição estão esgotados desde os primeiros dias de venda.

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"Primeiro a gente compra o que puder ver a mais, vê o Phelps, o Thiago Pereira e os esportes coletivos de que a gente gosta. Se arrumarmos quem venda, ainda assistimos ao Diego, mesmo pagando caro. Aí a gente volta para o Brasil e decreta falência", brinca Patrícia, funcionária de um banco em São Paulo.

O corretor Fabrício também se diz disposto a pagar quanto precisar. "Estamos planejando isso há um ano e meio e sempre quisemos assistir às Olimpíadas. Faço questão de ver tudo que conseguir, até porque na TV daqui não passa Brasil. Nem o futebol passa aqui por enquanto. Se a cidade onde eles jogam fosse mais perto, iríamos", comentou ele.

O ingresso mais caro foi o da cerimônia de abertura, cujo preço eles não disseram.

O número alto de entradas nem sempre conspira a favor dos dois brasileiros. No domingo eles tinham ingressos para as finais do judô na categoria do bicampeão mundial João Derly, que não chegou à disputa de medalhas.

"A gente tem de torcer ainda mais do que muita gente, porque no nosso caso é para saber se gastamos com um ingresso para ver brasileiro ou se gastamos para ver um monte de caras que nunca vimos na vida", disse Fabrício.

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O casal volta para o Brasil logo após a cerimônia de encerramento, provavelmente depois de acompanhar a maratona. E retorna com planos de assistir à Copa do Mundo na África do Sul em 2010 e à Olimpíadas de Londres, em 2012.

"A gente vai descansar uma semana e começar a pensar na Copa em setembro. Não pode perder tempo", diz Patrícia. "Até porque, aí vamos recomeçar aquela economia braba de novo. Mas vale bastante a pena."