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Até um tanque de guerra foi posicionado em frente ao MPC, o centro de imprensa que recebe todos os jornalistas que estão cobrindo os Jogos. | Fotos: Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo
Até um tanque de guerra foi posicionado em frente ao MPC, o centro de imprensa que recebe todos os jornalistas que estão cobrindo os Jogos.| Foto: Fotos: Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo
  • Nos locais de competição, os torcedores têm de esvaziar bolsas, experimentar alimentos e passar pelo detector de metais.

Com a questão política cada vez mais em evidência, o comitê organizador da Olimpíada de Pequim (Bocog) resolveu redobrar a atenção com a segurança. Desde segunda-feira uma carta vem sendo entregue no Media Village (a Vila Olímpica exclusiva dos jornalistas) informando os novos procedimentos.

A vistoria em bolsas e sacolas, por exemplo, ficou mais rigorosa. Ninguém sai do local sem ser revistado. Um simples pacote de biscoito vira motivo para deixar a "tropa de choque" desconfiada. É preciso abri-lo e comer ao menos um pedaço para a autorização de seguir viagem ser concedida.

A todo, a China investiu cerca de US$ 400 milhões em segurança e recrutou um contingente de 150 mil oficiais e 290 mil voluntários para trabalhar nas ruas e instalações dos Jogos.

Nos locais de competição, por causa da aglomeração de pessoas de diversos lugares do mundo, a preocupação é ainda maior. Os torcedores passam primeiro no raio X e depois no detector de metais. O apito é a senha para diversos orientais se reunirem em torno da pessoa. E haja paciência para achar o objeto da discórdia no meio da mala revirada. Só com tudo esclarecido é que o "alvará" para pegar o rumo da arquibancada é concedido. A vantagem é que a rigidez organizacional não permite que longas filas se formem.

Objetos pontiagudos, como um simples cortador de unha, são retidos logo no portão de acesso. Também não é permitida a entrada de nenhum alimento. Gulosos compulsivos, os chineses se vêem obrigados a abrir mão de torradas, pacotes de batata frita e garrafas de refrigerante. Uma caixa ao lado de detector de metais serve como depósito improvisado. Para não morrer de fome, o jeito é enfiar a mão de bolso e enfrentar as longas filas nas diversas lanchonetes espalhadas pelos ginásios.

Plenamente engajados ao espírito olímpico, os chineses não se incomodam em ter a privacidade invadida. Pelo contrário, até sorriem e cumprimentam: xie xie (o obrigado deles). Um grupo de brasileiros, todos de Brasília, que acompanhou o jogo do Brasil com a Sérvia no vôlei masculino, ontem, não viu problemas na rígida fiscalização.

"É que no Brasil a gente não está acostumado com este tipo de coisa. Mas eu prefiro assim. Melhor pecar pelo excesso do que se arrepender depois. Com segurança não dá para brincar", disse o bancário Carlos Alberto da Silva, a passeio em Pequim.

Há, porém, alguns aspectos que fogem da lógica. Silva conta que outro dia viu pessoas sendo barradas simplesmente por usarem algum produto de marcas concorrentes da Adidas, patrocinadora oficial dos Jogos. "É estranho".

A patrulha atinge também atletas e dirigentes. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, teve de sair do imponente carro preto e enfrentar o detector de metais antes da vitória do time feminino brasileiro por 3 a 1 sobre a Nigéria. De acordo com o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, todos os jogadores também têm de seguir as normas de segurança, sem regalia.

"Não era assim há seis meses. Eles não estão acostumados a sediar eventos de grande porte e não querem que ninguém estrague a festa deles", disse o embaixador do Brasil no país, Luiz Augusto de Castro e Melo.

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