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Idolatrados pelos chineses, Ronaldinho e Messi podem estar frente a frente na semifinal olímpica. | Daniel Aguilar; Marcelo del Pozo/ Reuters
Idolatrados pelos chineses, Ronaldinho e Messi podem estar frente a frente na semifinal olímpica.| Foto: Daniel Aguilar; Marcelo del Pozo/ Reuters

Se os chineses pudessem fazer um pacto com o destino, certamente pediriam para assistir a um jogo de futebol entre Brasil e Argentina nesta Olimpíada – o duelo entre Roger Federer e Rafael Nadal, no tênis, viria logo em seguida na lista de preferências. Tudo por causa de Ronaldinho Gaúcho e Lionel Messi. A China tem verdadeira adoração pelos dois craques, até pouco tempo atrás companheiros de Barcelona.

Para a alegria dos orientais, o jogo dos sonhos está bem perto de acontecer. Basta a seleção brasileira passar por Camarões, às 7 horas da manhã de sábado (de Brasília), e os portenhos ganharem da Holanda no mesmo dia, que o gigante Ninho do Pássaro será palco do clássico sul-americano, pela semifinal do torneio olímpico.

Antecipando a histórica partida, a Gazeta do Povo acompanhou in loco ontem a vitória dos hermanos sobre a Sérvia por 2 a 0, em Pequim. A idéia da reportagem era invadir o outro lado e descobrir o que os argentinos pensam a respeito do confronto com o Brasil.

Tarefa complicada. Uma frase em português na zona mista é a senha para olhares atravessados mirarem o grupo de três jornalistas brasileiros. "O que está fazendo aqui?", questiona um deles, demonstrando surpresa.

O zagueiro Nicolas Pareja, de 24 anos, jogador do Anderlecht, da Bélgica, é o primeiro a aparecer. A pergunta sai em português mesmo. "O que pensa de um possível jogo com o Brasil nesta edição dos Jogos Olímpicos?" "O quê?", responde, devolvendo a pergunta e fazendo cara de poucos amigos.

Só começa a falar após a segunda tentativa. As palavras são escolhidas a dedo pelo líder do pior setor do bom time alviceleste. Dá para perceber que o tema também mexe com os nossos vizinhos. "Não tenho que falar disso. Não sei. Pensamos somente na Holanda, não tenho motivos para falar do Brasil", crava, secamente.

Logo atrás, em fila indiana, surge Javier Mascherano, ex-volante do Corinthians e capitão da Argentina olímpica. Compatriotas rodeiam o jogador do Liverpool. O caminho até o meio-campista para repetir a questão que irritou Pareja é longo.

Mascherano responde com educação. Chega até a esboçar um sorriso. Meio amarelo, é verdade, mas um sorriso. "Primeiro tenho de falar da Holanda, depois, se for o caso, mais adiante do Brasil. Mas um confronto entre Argentina e Brasil seria fantástico para os Jogos Olímpicos e muito importante para o povo chinês", diz.

Pelo o que o rival demonstrou até aqui na Olimpíada, o time de Dunga tem condições de vencer o clássico e seguir a caminhada rumo à inédita medalha de ouro. A insegura defesa e a irregularidade dos alas Pablo Zabaleta e Angel Di Maria (o Palermo da noite, com dois pênaltis desperdiçados ante os sérvios) são os pontos fracos do time. Porém, é evidente que deve haver muito cuidado com Messi, Riquelme e Agüero, os homens de frente da equipe de Sergio Batista. E não desgrudar o olho do canhoto Diego Buonanotte, exímio cobrador de faltas.

Anotou, Dunga?

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