A seleção masculina de vôlei do Brasil comemora o último ponto contra a China: aos poucos, a equipe de Bernardinho recupera a atitude que a ajudou a chegar ao topo mundial| Foto: Jonathan Campos, enviado especial – Gazeta do Povo

Um lance na partida de ontem, contra a China, ilustra bem o espírito da seleção brasileira de vôlei masculino. O jogo sempre esteve sob controle, o Brasil ganhou fácil por 3 a 0 (25/17, 25/15 e 25/16), mas no terceiro set, quando a seleção vencia por 3 a 1, Giba defendeu, Marcelinho levantou para Dante e o paranaense se meteu na jogada. Errou o tempo da bola com o braço direito e, caindo, ainda conseguiu colocá-la para o outro lado com a mão esquerda.

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O lance foi tão esquisito que os chineses, surpresos, também erraram e a bola foi parar no chão: 4 a 1. Dentro da quadra, Gustavo deu uma bronca generalizada. Sobrou para Marcelinho: "Disse para ele não inventar, que jogasse simples". Do lado de fora, foi Bernardinho quem gritou, furioso, para o capitão da seleção: "Menos! Segura a onda!"

Giba, depois, confessou: "Não ouvi o que ele disse, mas fiquei pê da cara". Contudo, ao menos dessa vez, não se trata de atrito. É apenas uma boa maneira de demonstrar que o Brasil está de volta. Assimilou a derrota para a Rússia e já volta a falar, e jogar, como um favorito.

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"O problema ali foi vontade demais", explicou depois o treinador. Giba concordou, e disse que isso faz parte mesmo. Gustavo apenas confirmou a bronca, pois, ali, já estava pensando um pouco na Itália, o adversário de amanhã, na semifinal olímpica – Estados Unidos e Rússia fazem a outra semifinal. "Imagina se em uma jogada dessas alguém se machuca? Não era a hora."

Naquele momento, o meio-de-rede se lembrava de Anderson, que no dia anterior havia torcido o tornozelo direito em jogada semelhante. O que fez Bernardinho também colocar Rodrigão e Samuel mais vezes na quadra e constatar que a equipe, enfim, está se reencontrando.

"Nunca existiu dúvida quanto à qualidade deste time. Contra a Rússia, nós não fizemos um mau jogo, mas erramos nos momentos decisivos. Mas agora começou tudo do 0 a 0 e estamos numa crescente", afirmou o técnico, que conhece a Itália jogador por jogador.

"Nada para a gente é fácil. É sempre fruto de trabalho", complementou o capitão Giba, que não conseguia esconder o mesmo excesso de vontade mostrado em quadra. "Agora, o que temos de fazer é ir logo para a Vila, baixar a adrenalina e estudar o adversário. Só de pensar que faltam apenas dois jogos, já me arrepio."

Na TV

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EUA x Rússia, à 1h30, no SporTV, BandSports e ESPN Brasil.