A equipe brasileira durante a apresentação no Pan do Rio: objetivo em Pequim é no mínimo repetir o oitavo lugar de Sydney e Atenas.| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Os chineses que se interessarem em acompanhar a fase classificatória da ginástica rítmica, hoje, a partir das 9h49 (de Brasília), poderão conhecer um pouco mais da cultura brasileira. A técnica Monika Queiroz decidiu trocar a tradicional canção "Canta, Brasil", de David Nasser, marca registrada da equipe em Atenas-04, por um pot-pourri de artistas nacionais.

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Na apresentação das cinco cordas, por exemplo, duas músicas da baiana Daniela Mercury, "Canto da Cidade" e "Rapunzel", embalarão a coreografia do grupo, composto pelas ginastas Daniela Leite, Luana Faro, Luísa Matsuo, Marcela Mene-zes, Nicole Müller e Tayanne Mantovaneli, a única remanescente dos Jogos da Grécia.

Já na eliminatória dos três arcos e duas maças, a treinadora escolheu usar "O canto das três raças", de Marcos Duarte e Paulo César Pinheiro; "Maracatu Atômico", de Jorge Mautner e Nelson Jacobina; e um outro pot-pourri com os melhores sambas-enredos das escolas do Rio de Janeiro.

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"A minha concepção de trabalho está muito ligada à cultura. Tentei fugir de Ari Barroso e Noel Rosa. Não que eles não sejam importantes, pelo contrário. Mas já não são tão contemporâneos", explica Monika. "Quis homenagear as mulheres. E pelo fato de termos um grupo bastante heterogêneo, com uma ginasta de cada região do país, pude variar bastante as canções", acrescenta.

A equipe está treinando a nova coreografia, idealizada especialmente para os Jogos Olímpicos, desde novembro, em Vitória-ES, sede da seleção permanente. "Olimpíada é algo muito grande, poderoso. Não poderíamos deixar por menos", diz ela, no comando do time desde 2005.

Em não deixar por menos entenda-se classificar o Brasil para a decisão. Não será fácil, já que dos 12 conjuntos inscritos na competição, apenas os oito melhores avançam – em Atenas e Sydney, ainda sob a orientação da londrinense Bárbara Lafranchi, a GR nacional terminou na oitava posição.

"Sabemos que não dá para pensar em medalha. Por isso o mais longe que conseguirmos chegar já nos deixaria bastante satisfeitas", comenta Tayanne. "Uma final comprovaria a nossa evolução", complementa Nicole Müller, paranaense de Toledo, na região Oeste do estado.

Monika faz uma ressalva caso o planejamento dê errado e o conjunto acabe eliminado precocemente. "Às vezes a colocação final nem é o mais importante. Precisamos é mostrar a todo mundo que melhoramos, que estamos mais próximas do grupo de elite."

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