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Um dia depois de a seleção feminina de handebol ser eliminada em Pequim, ontem quem disse adeus competição foi o time masculino. A equipe selou sua volta para casa, assim como o técnico espanhol Jordi Ribera, que retorna a seu país natal. Ficam, como sempre, as dúvidas para o futuro.

Perguntas como, por exemplo, se haverá a continuidade do trabalho que levou a seleção brasileira, pela primeira vez, a encarar de igual para igual o eterno algoz espanhol. Ontem, a partida acabou 36 a 35 para o time europeu, com o Brasil errando um contra-ataque, sozinho com o goleiro, por duas vez, a poucos segundos do fim.

"Sempre perdemos de 10 gols de diferença desses caras. Se empatássemos, seria algo muito importante", afirmou o paranaense Tupan, chorando. Com 29 anos, o atleta natural de Maringá ainda tem idade para disputar um nova Olimpíada. Mas não sabe o que irá acontecer daqui para a frente.

"Sempre depois de uma Olimpíada, acaba tudo. Só volta um ano antes do Pan. O pessoal fica sem jogar, sem receber. Por isso a garotada começa a jogar handebol na escola e depois desiste", desabafa.

O que fazer, contudo, a confederação já sabe. Ribera está de saída. Se propôs a continuar ajudando, mas antes de viajar de volta à Espanha contou o "segredo" que poderá deixar a seleção mais próxima de uma medalha em Londres.

"São dois caminhos a serem seguidos. O primeiro, de continuar com o trabalho de base nos mesmos moldes do que vem sendo feito na seleção. Pois, assim, quando esses novos garotos chegarem, já estarão mais preparados. O outro é mais tempo de treinamento e, principalmente, jogar mais torneios internacionais com o time adulto. Isso é muito importante para que tenham consciência de que podem vencer os europeus", aconselha o treinador.

O único problema são recursos para isso. Até o ciclo olímpico que se encerrou ontem, o patrocinador do handebol brasileiro foi a Petrobras. Começou com R$ 1,3 milhão por ano em 2003, passou para R$ 2,2 milhões entre 2005/06 e chegou a R$ 2,8 milhões em 2007/08. Com a verba, as seleções masculina e feminina realizaram mais de 150 amistosos internacionais no período, o que refletiu no avanço do esporte.

Contudo, há pouco mais de três meses, a estatal avisou que a verba estava condicionada a uma promessa feita pelo presidente da Confederação Brasileira, Manoel Luiz Oliveira. Na ocasião, ele teria prometido uma medalha das meninas em Pequim. E elas decepcionaram.

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