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O brasileiro Eduardo (de azul), na luta contra o suíço Aschwanden: derrota interrompeu o sonho do bronze. | Rodolfo Bührer, enviado especial/ Gazeta do Povo
O brasileiro Eduardo (de azul), na luta contra o suíço Aschwanden: derrota interrompeu o sonho do bronze.| Foto: Rodolfo Bührer, enviado especial/ Gazeta do Povo

O paulista Eduardo Santos vivenciou dois extremos em menos de 12 horas. Logo pela manhã de ontem em Pequim – noite de terça-feira no Brasil – o judoca não cabia em si de tanta alegria. Havia realizado dois combates memoráveis. No primeiro, sua estréia olímpica, conseguiu vencer bem mais do que o chinês Yanzhu He. Derrotou a pressão de um ginásio inteiro pintado de vermelho, incentivando com todo vigor o atleta da casa.

Na seqüência, precisou de apenas cinco segundos para bater por ippon (pontuação máxima) o venezuelano Jose Gregorio Camacho Lascarro. Um jornalista, compatriota de Hugo Chávez, que foi ao banheiro um pouco antes de a disputa começar, não entendeu nada quando retornou e viu dois outros lutadores no tatame. O confronto já tinha terminado. E o novato Eduardo, de 25 anos, entrado verdadeiramente na briga pela medalha de ouro na categoria até 90 quilos.

Adiantemos o tempo. Fim do dia, por volta das 18h30 na China. O judoca entra na zona mista (área de entrevista reservada aos jornalistas) chorando copiosamente. Acabara de perder para o suíço Sergei Aschwanden por decisão dos juízes, depois de mais de 10 minutos de um duelo com pouca emoção. Os Jogos Olímpicos haviam terminado para ele – o paulista precisava do triunfo para seguir na luta pelo bronze.

Neste intervalo, o fato responsável por abalá-lo psicologicamente e tirá-lo por duas vezes do pódio. Tudo seguia na maior tranqüilidade no combate ante o francês Yves-Matthieu Dafreville, até a arbitragem interferir ao não assinalar um yuko a favor do brasileiro. Seria o golpe da virada e da manutenção da caminhada rumo ao título.

O erro desestabilizou Eduardo, que no primeiro vacilo foi derrubado pelo europeu. Fim do sonho. O judoca não se reencontrou mais na competição, o que ajuda a explicar a emocionada entrevista no começo da noite. "Não sei o que dizer. Fiz o melhor de mim, mas não deu. Quero falar para o meu pai e para a minha mãe que não tive competência para derrubar o meu adversário", resumiu, com dificuldades para falar por causa do choro, preferindo não polemizar com os juízes do combate. "Eu não tive competência", repetiu.

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