- Daiane dos Santos: "Terei a oportunidade de apagar o que aconteceu em Atenas"
- Daiane dos Santos: "Não tem muito segredo. É fazer o melhor e ponto"
- Brasil consegue feito inédito e garante vaga na final por equipes em Pequim
- Jade na briga por final do salto
- Daiane faz boa apresentação e disputa vaga na final olímpica do solo
A ginástica artística brasileira melhorou uma posição ante Atenas-2004 na disputa por equipes dos Jogos Olímpicos de Pequim, e agora assiste à despedida de algumas das atletas que foram responsáveis por colocar o esporte na elite mundial, apesar do espaço que ainda o separa do topo ser grande.
As ginastas brasileiras ficaram em oitavo e último lugar na final por equipes em Pequim nesta quarta-feira, mas a apenas 0.4 ponto da equipe francesa, sétima, e a menos de 2.0 pontos da sexta colocada Austrália, em dia de glória para as chinesas, que bateram o forte time norte-americano para ficar com o ouro.
Daniele Hypólito, que competiu nas barras e na trave, despediu-se das competições olímpicas, iniciando uma renovação que possivelmente mudará mais da metade da equipe atual.
"Acho que me despedi da melhor maneira possível. Eu encerro minha passagem satisfeita, acho que cumpri o meu papel", afirmou Daniele pouco depois do final da prova.
Assim como ela, Daiane dos Santos, que ainda vai competir no solo nas finais individuais, deixará a seleção após Pequim.
Jade Barbosa, atualmente a principal ginasta brasileira, deverá liderar o novo grupo. "Eu espero estar na próxima. Vou estar mais experiente, e espero poder passar pras mais novas o que as meninas passaram pra mim", disse ela.
Na final desta quarta-feira, as melhores notas do Brasil foram conquistadas na trave e no solo, com Jade Barbosa e Daiane dos Santos, respectivamente. Foram duas das três únicas notas acima de 15 do time, enquanto as chinesas fizeram oito acima de 15 e quatro acima de 16.
Jade obteve uma performance abaixo do esperado no solo, marcando apenas 14.325 pontos, depois de ter pisado fora da área demarcada na finalização do segundo movimento. Daiane conseguiu um bom 15.275, com o "Brasileirinho".
As mais novas sentiram um pouco a estréia. Ethiene Franco fez apenas 13.675 na trave. "A série não foi tão boa quanto eu esperava. Eu estava um pouco nervosa no início", afirmou a curitibana de 16 anos.
Jade disse que o time, apesar de ter feito a primeira final por equipes da história da ginástica, poderia ter alcançado algo a mais. "Eu acho que dava pra ser melhor, mas fazer uma final pela primeira vez não é fácil, ainda mais com três meninas que nunca tinham ido para uma Olimpíada".
Ainda assim, as ginastas estavam satisfeitas com o status que alcançaram. "Quando que vocês repórteres imaginaram que estariam aqui cobrindo uma final por equipes em ginástica?", disse Daniele.
"O Brasil hoje é elite da ginástica. Tanto que vários países, como Espanha, que sempre levava a equipe à final, ficou fora e torcendo pra gente", acrescentou Jade.
"Então (o país) é olhado diferente, e a gente se sente bem por isso. Claro que tem uma pressãozinha por fora, mas é bom", concluiu.
Além de China e EUA, ouro e prata, a Romênia completou o pódio, tendo tomado o bronze da Rússia na última rotação.