Foi uma despedida com sensação de dever cumprido, mas não exatamente como Jaqueline Mourão queria. Única brasileira na final feminina de mountain bike (cross country) em Pequim 2008, Jaqueline não chegou a terminar o percurso de seis voltas - foi eliminada na quinta, depois de tomar uma volta da campeã, a alemã Sabine Spitz. Depois de disputar os Jogos Olímpicos de inverno em Turim, em 2006, no esqui cross country, ela tenta agora a vaga para a disputa em 2010, que acontecerá em Vancouver, no Canadá, país em que a brasileira mora desde 2004 com seu marido canadense.
Depois de tantos problemas, ela ficou com a 19ª colocação geral. Mesmo com o pneu furado, ela se manteve na prova.
- Queria ir até o final, mas isso aconteceu logo na segunda volta. O problema é que eu andei muito em cima do aro até uma zona neutra, para poder trocar. Nisso, quase todas as meninas me passaram. Mas fui atrás delas, queria passar uma a uma. Mas não consegui completar a última volta - lamenta.
Esta foi a última competição de Jaqueline, que agora pretende descansar. Pioneira do mountain bike brasileiro em Jogos Olímpicos, Jaqueline esteve em Atenas-04, quando ficou no 18º lugar.
- Eu nunca desisti. Dei tudo que pude para o Brasil. Essa última prova foi difícil e muito emocionante. Acho que minha entrada no circuito mundial vai ajudar as meninas que virão pela frente. Espero que eu seja um exemplo legal - conta.
A brasileira vê o fim de seu ciclo no ciclismo de maneira positiva.
- Saio com vitória no circuito mundial e consegui ser top 10 do ranking. O mountain bike foi a minha vida. Graças a ele aprendi três línguas (ela também fala inglês, francês e espanhol), viajei, conheci diferentes culturas e aprendi a respeitar adversários. Valeu a pena - encerra.
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