A luta de Wu Ching-kuo para fazer do boxe um esporte respeitável na família olímpica ainda não está ganha, por conta das críticas quanto à forma de pontuação adotada em Jogos Olímpicos.
Wu, presidente de Associação Internacional de Boxe (AIBA), lançou uma série de mudanças desde que chegou ao cargo, e mudou notavelmente as regras para os juízes e oficiais pontuarem os combates.
O dirigente, natural de Taiwan, que teve como antecessor Anwar Chowdhry e enfrenta acusações de permitir corrupção, disse que estava decidido a terminar com as polêmicas que se arrastam no boxe olímpico há uma década.
"Devemos demonstrar ao mundo que esta é uma nova AIBA e que somos limpos, honestos e transparentes", disse Wu a jornalistas.
No entanto, para muitos suas palavras não convencem. "Quando assumiu o novo presidente, pensei que limparia o boxe. No entanto, seguem os mesmos juízes, que fazem mal seu trabalho", disse Taweep Jantararoj, presidente da federação de boxe amador de Taiwan. "Muitos países estão reclamando, aqui, e estou desgostoso quanto a isso."
Taweep não é o único que se queixa. O técnico britânico Terry Edwards classificou os resultados de "totalmente estúpidos", depois que Joe Murray, da categoria galo, perdeu para o chinês Gu Yu na primeira rodada.
O norte-americano Demetrius Andrade, campeão mundial dos leves, abandonou o ringue antes de anunciarem a decisão, depois de perder do sul-coreano Kim Jung-joo pelas quartas-de-final.
A AIBA rechaçou as críticas ao dizer que mais de 200 combates já foram disputados e só foram apresentadas duas apelações.
Uma série de decisões controversas suscitadas nos Jogos de Seul-1988 permitiram a introdução do sistema de pontuação eletrônica, através do qual um ponto é somado apenas se três dos cinco juízes pressionam um botão em menos de um segundo.
Mas continuam as críticas à arbitragem e as acusações de corrupção também não desapareceram. Assim, o Comitê Olímpico Internacional congelou os fundos que seriam destinados à AIBA depois de Atenas-2004.
Wu disse que agora os comentários do COI têm sido bons e assim acredita que o futuro do boxe olímpico esteja assegurado.
Para ele, é preciso juízes mais jovens e que um novo sistema, com mais funções, esteja pronto a tempo para o Mundial de Milão.
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