Você em Pequim: Mande fotos das suas experiências durante os Jogos Olímpicos
A natação ganhou dois novos personagens nos Jogos Olímpicos de Pequim. E eles não foram meros coadjuvantes. A linha verde, que nas transmissões de TV mostrava a progressão do recorde mundial em curso, e o maiô espacial, o LZR Racer, travaram um duelo à parte na piscina do Cubo d'Água. Apesar de Michael Phelps já ter garantido o brilhantismo da modalidade nesta edição dos Jogos por si só, os tempos fenomenais feitos por todos os nadadores, de forma geral, impressionaram.
Mas a disputa foi injusta. A linha verde andou atrás na grande maioria das provas. Foram 25 recordes mundiais, alguns deles com grande diferença de tempo. As australianas, por exemplo, baixaram em incríveis quase seis segundos a marca anterior do 4x200m livre. Na final do revezamento 4x100m livre masculino, seis das oito equipes que disputavam a final quebraram o recorde mundial.
Maiô espacial facilita deslizamento do nadador
O lançamento do maiô espacial LZR Racer, da Speedo, em março de 2008, gerou uma grande expectativa em relação aos tempos de Pequim. No entanto, nem os mais otimistas poderiam prever que as marcas seriam batidas com tanta facilidade e diferença de tempo. O que parece claro é que a nova roupa da natação foi determinante nesses resultados. Mas é difícil calcular se ele seria capaz de fazer tanta diferença dentro d'água.
Leve e sem costuras, contando apenas com um zíper nas costas, o LZR Racer, é hidrofóbico (tem pouquíssima resistência à água) e comprime o corpo, permitindo maior facilidade no deslizamento submerso. No entanto, ainda há quem não tenha se adaptado ao maiô desenvolvido a partir de pesquisas realizadas pela Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos).
"Com ele você flutua, mas tem o lado ruim. É muito apertado. Só fechei o zíper na hora de nadar. Para mim, esse negócio apertado não dá certo. Tem que ser um número maior", disse a nadadora brasileira Joanna Maranhão, poucos minutos após participar das eliminatórias do 400m medley com o modelo.
Piscina moderna também ajudou
A piscina do Cubo d'Água também parece ser uma das responsáveis pelo mau desempenho da linha verde em Pequim. Com três metros de profundidade, 50 centímetros a mais que a de piscina utilizada nos Jogos de Atenas, em 2004, a piscina dos Jogos da China não tem variação, o que reduz substancialmente a turbulência formada pelos movimentos dos nadadores. A água vai para as bordas, entra no deque, e é drenada para fora, em vez de voltar ao encontro dos atletas. Além disso, as raias que separam os nadadores passaram a ser desenhadas para aparar ondas entre elas. A água também ganhou atenção especial: ela é mantida a uma temperatura constante e tratada com filtros que melhoram a visibilidade e tiram o gosto e o cheiro.
Apesar de todos os aspectos citados acima influirem nos brilhantes resultados dos Jogos Olímpicos de Pequim, o que não se pode para negar é que houve uma evolução dos próprios atletas. Treinos duros, dietas, massagens, acompanhamento psicológico e vários outros fatores têm ajudado a tornar os nadadores cada vez mais completos. E, ainda assim, vale lembrar que o talento será sempre o principal responsável pelas conquistas de um atleta olímpico.