Você em Pequim: Mande fotos das suas experiências durante os Jogos Olímpicos
Muitos atletas do Brasil em Pequim sempre evitam comentar quem é favorito a uma medalha, afirmando sempre que tudo pode acontecer em uma Olimpíada. E foi o que ocorreu nesta quarta-feira (20), quando os campeões olímpicos de vôlei de praia Ricardo e Emanuel foram derrotados pela dupla também brasileira Márcio Araújo e Fábio Luiz, que tinha se classificado aos atropelos para os Jogos deste ano.
Vindos de uma repescagem na etapa de Marselha do Circuito Mundial, de onde conseguiram a vaga olímpica, Márcio e Fábio conseguiram ganhar cinco de seis partidas em Pequim e disputarão a medalha de ouro com os norte-americanos Todd Rogers e Phil Dalhausser, campeões mundiais, na sexta-feira (22).
O bronze também sai na sexta-feira, em partida entre Ricardo e Emanuel e os brasileiros da Geórgia Renato Gomes e Jorge Terceiro.
Márcio e Fábio Luiz aplicaram um suado 2 sets a 0 sobre Ricardo e Emanuel, vencedores, respectivamente de seis e nove Circuitos Mundiais.
"Saímos praticamente do nada e agora estamos na final. A vida é uma roda, uma hora você está por baixo e outra hora está por cima", disse Márcio, ainda sem acreditar que venceu a dupla favorita à medalha de ouro em Pequim. "Nenhum time do Brasil tinha ganhado deles ainda este ano", disse o jogador cearense.
Em 2004, Márcio ficou em nono lugar nos Jogos de Atenas ao lado do parceiro Benjamin, e da experiência ele disse que acumulou "muita humildade" para não ficar pensando em medalha antes do final da competição.
"Olimpíada a gente tem que viver o momento. Não dá para pular etapa, é ponto por ponto. Não tem passado, não tem futuro, só o presente e a medalha é consequência do que você fez."
Para o jogo contra os norte-americanos, que foram derrotados pelos brasileiros em cinco de sete jogos anteriores desde 2006, Márcio afirmou que a estratégia será o saque forte para tentar quebrar o passe adversário.
Apesar do retrospecto positivo contra Rogers e Dalhauser e com a vitória sobre Ricardo e Emanuel ainda na cabeça, Fábio prefere não arriscar um resultado na final. "Existem os números sim, mas dentro da quadra, as coisas mudam, depende da atitude de cada um", disse o jogador.
Na partida, muito equilibrada, Márcio e Fábio abriram uma vantagem de cinco pontos sobre Ricardo e Emanuel logo no primeiro set. Fábio superou vária vezes o bloqueio de Ricardo. Mas Márcio cometeu erros de saque e, do outro lado da quadra, Ricardo também sacou colocado, confundindo os adversários e reduzindo a diferença para dois pontos, para 16-14.
Márcio e Fábio voltaram a ampliar a vantagem com saques fortes de Márcio contra Ricardo, dificultando o levantamento de Emanuel. Mas apesar de salvarem bolas quase perdidas prensadas por bloqueio, Márcio e Fábio viram Ricardo e Emanuel empatarem em 19-19 com uma deixadinha no fundo da quadra.
Sem saber direito quem apoiar, a torcida brasileira agitou bandeiras do país mas gritou pouco diante da tensão do jogo. O set acabou em 22-20 para Márcio e Fábio após bola fora de Ricardo e Emanuel.
O segundo set começou mais disputado, com uma dupla conseguindo converter pontos na quadra da outra. Sob pressão de defender o título olímpico, Ricardo e Emanuel cometeram alguns erros de ataque, enquanto Márcio e Fábio jogaram mais soltos, alternando saques fortes e flutuantes.
A vantagem era 11-8 para Márcio e Fábio quando Márcio acertou cortada cruzada sobre Emanuel, que não conseguiu fazer a defesa. Márcio sacava sobre Emanuel, de 1m90 metro, para fazer com que o jogador tivesse de encarar os mais de dois metros de Fábio no bloqueio.
Mas com o placar em 19-16 para Márcio e Fábio, Emanuel salvou um bola, reduzindo a vantagem da dupla adversária e fazendo a torcida brasileira fazer coro de surpresa no Chaoyang Park. Porém, o dia não foi mesmo dos campeões olímpicos, e Márcio, ainda inspirado, salvou dois ataques fortíssimos de Ricardo e sua dupla se classificou para a final ao fechar o set em 21-18.
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