Marcos Daniel e Thomaz Bellucci festejaram o sorteio do torneio de simples em Pequim, na semana passada. O gaúcho caiu com o austríaco Jurgen Melzer, 51.º do mundo, mas em decadência, com péssimos resultados na temporada. O paulista teve pela frente o eslovaco Dominik Hrbaty, um bom jogador no passado, mas que teve problemas físicos, despencou no ranking e quase encerrou a carreira. Os dois brasileiros perderam por 2 sets a 1, nesta segunda-feira, e se despediram da Olimpíada.Deixaram a quadra aborrecidos, claro, mas conformados. Essa é a triste realidade do tênis brasileiro. Perder, perder, perder e considerar tudo normal. Desde que Gustavo Kuerten começou a ter problemas físicos, no fim de 2001, e depois parou, no primeiro semestre deste ano, o Brasil nada mais conquistou no esporte. Os Jogos de Pequim retratam fielmente a situação. O País não aproveitou o fenômeno Guga e voltou a engatinhar, a ser facilmente batido pela grande maioria dos adversários.
Os jogadores não têm culpa, são apenas vítimas do sistema e da desorganização dos últimos tempos da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Depois da batalha contra Melzer, que venceu com parciais de 6/7 (9/11). 6/1 e 8/6, Daniel contou que passou cerca de cinco anos jogando sem patrocínio, viajando por conta própria, sem ter nenhum lucro. "Eu terminava o ano no 0 a 0, os prêmios eram suficientes apenas para pagar as despesas."
Hoje, com dois patrocinadores e a 79.ª posição no ranking anunciada nesta segunda-feira (duas a menor que na semana passada), consegue disputar torneios grandes e fazer algum dinheiro. Mas já tem 30 anos e a carreira começa a chegar à fase final.
O tenista gaúcho diz que, aos poucos, as coisas estão melhorando e aposta num futuro mais positivo para o tênis. "O pessoal está tentando organizar mais, melhorar, acho que logo vão aparecer bons jogadores", afirmou, otimista. O apoio, no entanto, ainda é irrisório. Se não houver sacrifício por parte dos atletas, dificilmente vão longe.
Bellucci, de 20 anos, é apontado como a grande revelação do esporte após Guga. Mas começou a jogar grandes torneios apenas neste ano, e ainda engatinha em jogos de alto nível. Nesta segunda, diante do conhecido Dominik Hrbaty, dez anos mais velho, mais uma vez venceu o primeiro set e não conseguiu definir a vitória. Em 85.º lugar no ranking desta semana, o paulista de Tietê caiu com parciais de 2/6, 6/4 e 6/2.
"Consegui me impor no primeiro set, mas a partir do segundo minhas jogadas não foram as mesmas depois de o eslovaco quebrar meu serviço e começar a acertar tudo. Faltou acreditar que eu poderia ter vencido mesmo com a quebra", admitiu o ainda jovem Bellucci, que paga o preço de só ter obtido um patrocinador no fim do ano passado - antes, também não tinha dinheiro para jogar torneios maiores.
O torcedor que gosta do tênis terá, mais uma vez, de assistir aos estrangeiros. Ou torcer para que um novo Guga caia de pára-quedas no Brasil. Mas, agora, só em Londres/2012.
11/08/2008 17:05 - OL/ /OLIMPÍADA/TÊNIS/BRASILEIROS
Daniel e Bellucci caem na estréia em Pequim
Por Eduardo Maluf
Pequim, 11 (AE) - Marcos Daniel e Thomaz Bellucci festejaram o sorteio do torneio de simples em Pequim, na semana passada. O gaúcho caiu com o austríaco Jurgen Melzer, 51.º do mundo, mas em decadência, com péssimos resultados na temporada. O paulista teve pela frente o eslovaco Dominik Hrbaty, um bom jogador no passado, mas que teve problemas físicos, despencou no ranking e quase encerrou a carreira. Os dois brasileiros perderam por 2 sets a 1, nesta segunda-feira, e se despediram da Olimpíada.
Deixaram a quadra aborrecidos, claro, mas conformados. Essa é a triste realidade do tênis brasileiro. Perder, perder, perder e considerar tudo normal. Desde que Gustavo Kuerten começou a ter problemas físicos, no fim de 2001, e depois parou, no primeiro semestre deste ano, o Brasil nada mais conquistou no esporte. Os Jogos de Pequim retratam fielmente a situação. O País não aproveitou o fenômeno Guga e voltou a engatinhar, a ser facilmente batido pela grande maioria dos adversários.
Os jogadores não têm culpa, são apenas vítimas do sistema e da desorganização dos últimos tempos da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Depois da batalha contra Melzer, que venceu com parciais de 6/7 (9/11). 6/1 e 8/6, Daniel contou que passou cerca de cinco anos jogando sem patrocínio, viajando por conta própria, sem ter nenhum lucro. "Eu terminava o ano no 0 a 0, os prêmios eram suficientes apenas para pagar as despesas."
Hoje, com dois patrocinadores e a 79.ª posição no ranking anunciada nesta segunda-feira (duas a menor que na semana passada), consegue disputar torneios grandes e fazer algum dinheiro. Mas já tem 30 anos e a carreira começa a chegar à fase final.
O tenista gaúcho diz que, aos poucos, as coisas estão melhorando e aposta num futuro mais positivo para o tênis. "O pessoal está tentando organizar mais, melhorar, acho que logo vão aparecer bons jogadores", afirmou, otimista. O apoio, no entanto, ainda é irrisório. Se não houver sacrifício por parte dos atletas, dificilmente vão longe.
Bellucci, de 20 anos, é apontado como a grande revelação do esporte após Guga. Mas começou a jogar grandes torneios apenas neste ano, e ainda engatinha em jogos de alto nível. Nesta segunda, diante do conhecido Dominik Hrbaty, dez anos mais velho, mais uma vez venceu o primeiro set e não conseguiu definir a vitória. Em 85.º lugar no ranking desta semana, o paulista de Tietê caiu com parciais de 2/6, 6/4 e 6/2.
"Consegui me impor no primeiro set, mas a partir do segundo minhas jogadas não foram as mesmas depois de o eslovaco quebrar meu serviço e começar a acertar tudo. Faltou acreditar que eu poderia ter vencido mesmo com a quebra", admitiu o ainda jovem Bellucci, que paga o preço de só ter obtido um patrocinador no fim do ano passado - antes, também não tinha dinheiro para jogar torneios maiores.
O torcedor que gosta do tênis terá, mais uma vez, de assistir aos estrangeiros. Ou torcer para que um novo Guga caia de pára-quedas no Brasil. Mas, agora, só em Londres/2012.
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