As mulheres roubaram a cena na participação olímpica brasileira na China.
Foram delas dois dos três ouros que o país conquistou, incluindo o inédito feminino numa competição individual, de Maurren Maggi, e o primeiro das meninas do vôlei, lideradas pela veterana capitão Fofão.
No judô, na vela e no taekwondo, mais ineditismo. A primeira medalha feminina no judô, com o bronze de Ketleyn Quadros, a primeira do Brasil no taekwondo, outro bronze com Natália Falavigna, e a primeira medalha feminina no iatismo, na classe 470, com Fernanda Oliveira e Isabel Swan.
"A evolução do feminino foi gigantesca. Foi uma Olimpíada cor-de-rosa para o Brasil", disse o chefe da missão olímpica brasileira, Marcus Vinícius Freire, neste domingo (24), dia do encerramento dos Jogos.
Considerando apenas as medalhas conquistadas por mulheres, o Brasil seria o 15o colocado no quadro de medalhas dos Jogos de Pequim, à frente de países como França, Espanha e Canadá, que estão à frente do Brasil no quadro de medalhas geral.
A França é a 10ª, a Espanha, 14a, e o Canadá, 19°, enquanto o Brasil está em 23o somando homens e mulheres.
"São conquistas expressivas em diversas modalidades. E as nossas atletas merecem um destaque especial", afirmou o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman.
Além disso, o Brasil emplacou a primeira final feminina por equipes na ginástica artística e a primeira no revezamento 4x100m do atletismo, onde o time chegou em quarto lugar e por pouco não leva uma medalha.
"As mulheres já estão dominando a área há algum tempo", brincou a meio-de-rede Walewska, do vôlei, quando questionada sobre o desempenho do time feminino nos Jogos.
"Eu fico feliz com isso, mas o importante é ganhar as medalhas, independente do sexo", acrescentou.
A delegação feminina do Brasil foi recorde em Pequim, com 132 do total de 277 integrantes.
E elas protagonizaram momentos marcantes nos Jogos, como no caso de Maurren Maggi, dando a volta por cima depois da suspensão de dois anos por doping, e do vôlei feminino, levando uma geração que batalhou nos últimos três Jogos Olímpicos para chegar ao lugar mais alto do pódio.
"As coisas estão mudando, melhoraram muito, mas ainda tem um longo caminho pela frente", afirmou Natália Falavigna, campeã mundial em 2005, sobre o apoio que tem recebido para colocar o Brasil no mapa do taekwondo olímpico.
O COB informou que o desempenho feminino em Pequim será considerado na análise geral que fará da participação brasileira. Essa análise será a base para ajustes nos repasses de recursos para o desenvolvimento dos esportes olímpicos, tanto no masculino como no feminino, segundo o comitê.
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