Depois de bater na trave nos Jogos de Atenas, Natália Falavigna conquistou neste sábado (23) a primeira medalha olímpica para o taekwondo brasileiro. Na disputa pelo bronze,a paranaense derrotou a sueca Karolina Kedzierska por 5 a 2, na categoria acima de 67kg. A outra medalha de bronze do peso foi para a britânica Sarah Stevenson, que passou pela egípcia Noha Abd Rabo por 5 a 1.
Coincidentemente, o ginásio de Ciência e Tecnologia de Pequim foi o mesmo que recebeu o judô destes Jogos e que teve Ketleyn Quadros ganhando a primeira medalha de uma brasileira em esportes individuais na história dos Jogos. Muito emocionada, Natália pegou a bandeira do Brasil e foi para o centro do tatame, onde olhou para o céu dizendo: "é minha". Do lado de fora, o seu treinador ajoelhava, agradecendo a conquista que ficou muito próxima em Atenas, quando Natália terminou em quarto lugar.
Determinada
Ao contrário da semifinal, Natália Falavigna voltou para esta disputa de bronze com uma postura muito mais ofensiva. E como nas primeiras lutas, a brasileira saiu na frente, abrindo 2 a 0 no primeiro minuto de luta. Movimentado-se com desenvoltura e chutando bem, Natália manteve a vantagem até o intervalo.
Enquanto conversava com o técnico Fernando Madureira, Natália mostrava o olhar determinado de quem não deixaria se repetir o drama de Atenas. E a determinação do olhar se transformava em vontade dentro do tatame, com a brasileira partindo para cima logo na volta do segundo round. Controlando as ações, Natália não deixava sua adversária lutar e partia para cima, conseguindo mais uma boa parcial, fazendo 2 a 1 e somando 4 a 1 no placar geral.
Com uma boa vantagem, a brasileira tratou de controlar o ritmo do confronto e passou a lutar no contra-ataque. A boa movimentação de Natália dificultava as ações da sueca e, do lado de fora do tatame, o técnico Fernando Madureira ia dando instruções para a brasileira ter calma na luta. Natália precisava fazer passarem os dois minutos de round e foi o que fez, conseguindo ainda mais um ponto, contra outro de Karolina, para sair vibrando, e chorando, com mais uma conquista inédita para o esporte brasileiro.