A mais vitoriosa geração da história do vôlei mundial chega ao fim com um amargo gosto de prata. A derrota para os Estados Unidos, na madrugada de hoje (em jogo encerrado após o fechamento desta edição), impediu a seleção brasileira masculina de conquistar o bicampeonato olímpico. Seria o desfecho perfeito para sete anos em que esse time foi quase imbatível: dois títulos mundiais, seis Ligas, duas Copas, o ouro em Atenas. O título em Pequim não deixaria dúvida de que essa é a maior dinastia da modalidade em todos os tempos.
O algoz, o time americano, já havia sido o responsável por dar uma caráter mais "terráqueo" a uma equipe que às vezes parecia vir de outro planeta. A derrota para os EUA na semifinal da Liga Mundial, dois meses antes da Olimpíada, não só impediu o Brasil de conquistar um torneio importante perante sua torcida como expôs as mazelas comuns a um grupo que, de 2001 para cá, conviveu mais tempo entre si do que com as próprias famílias.
O problema mais evidente foi a dificuldade em repor a traumática saída de Ricardinho, um dia antes da estréia no Pan de 2007, no Rio de Janeiro. Marcelinho, o novo titular, sofreu com a "simples" missão de substituir o melhor levantador do mundo. Fez grandes jogos, mas em momento algum se equiparou ao antecessor. Ruim para ele, mas também para o time, que ficou sem o seu "mágico", capaz de tirar da cartola bolas inesperadas nos momentos mais difíceis.
As contusões também atrapalharam. Rodrigão passou quase o primeiro semestre inteiro fora por causa de uma cirurgia no joelho. Giba deu dois sustos: uma contusão no tornozelo às vésperas da Liga Mundial e um tendinite no ombro que o tirou de parte da primeira fase em Pequim.
Alguns ruídos no relacionamento também transpareceram. O maior deles, a discussão entre Bernardinho e Gustavo por causa de uma bronca do técnico em Bruninho, durante um treinamento. A repercussão do caso fez as atividades da equipe, a partir dali, serem fechadas. "É algo normal dentro desse grupo" virou a resposta padrão entre os jogadores. Discurso único para a imprensa, enquanto internamente eles resolvem seus problemas prática comum no grupo, como admitiu Giba em entrevista à revista Playboy.
O time chegou a reagir dentro da Olimpíada. Um acordo selado após a derrota para a Rússia determinou que Bernardinho aliviaria nas broncas, o time andaria um pouco mais por si só. Rendeu fôlego para fechar a fase classificatória em primeiro, bater China e Itália no mata-mata e chegar a mais uma final olímpica. Mas não bastou para vencer os americanos.
Agora, o vôlei masculino entra em um período de renovação inevitável. Gustavo já anunciou que deixa o time após os Jogos. Giba pretende ir apenas até o Mundial de 2010. Anderson, André Heller, Marcelinho e Serginho dificilmente terão fôlego para chegar à Olimpíada de Londres, em 2012. E Bernardinho já afirmou que pretende diminuir o ritmo da sua carreira.
Deixarão uma história inigualável no esporte mundial. E um belo exemplo de como se constrói uma equipe vencedora. Isso, medalha de prata alguma poderá apagar.
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Deixe sua opinião