A mão de Ana Cláudia Silva, finalista no individual geral, sangrou após um calo estourar.| Foto: Fotos: Jonathan Campos, enviado Especial/ Gazeta do Povo

A ginástica artística reafirmou sua condição de exemplo mais bem-sucedido da política do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de desenvolvimento esportivo bancado pelo dinheiro estatal. No primeiro ciclo olímpico integralmente financiado pela receita da Lei Agnelo-Piva e pelo patrocínio da Caixa Econômica Federal, a modalidade conseguiu melhorar, em Pequim, o desempenho dos Jogos de Atenas, em 2004.

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Na Grécia, o país havia obtido a sua melhor performance ao credenciar três atletas para as finais: Daiane dos Santos no solo; Daniele Hypólito e Camila Comin no individual geral. Ninguém subiu ao pódio.

Desta vez, as seis ginastas levaram o Brasil pela primeira vez na história à decisão por equipes. Jade Barbosa garantiu presença no salto e no individual geral, mesma prova da novata Ana Cláudia Silva, beneficiada pelo regulamento que não permite a participação de mais de duas atletas da mesma nacionalidade nas finais. Já Daiane dos Santos terá a chance de apagar a decepção com o modesto quinto lugar em Atenas novamente em seu principal aparelho – Diego Hypólito, também no solo, completa o time de finalistas.

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"Estamos superfelizes. Mais finais, cada vez mais finais. Quem sabe chega o dia...", comenta a supervisora da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e chefe da equipe em Pequim, Eliane Martins, sem completar o raciocínio.

A classificação mais comemorada foi, sem dúvida, a conquistada pelo conjunto. Em entrevista antes do embarque para a China o técnico Oleg Ostapenko praticamente havia descartado a vaga. O suado passaporte após o sétimo lugar nas eliminatórias, de certo modo, serviu como resposta ao exigente ucraniano.

"Ninguém vai chorar, ninguém vai chorar", ordenava Daiane dos Santos, a mais experiente do grupo, enquanto Daniele Hypólito, Jade Barbosa e Laís Souza tentavam em vão segurar as lágrimas após o anúncio do resultado final. "Estou feliz, aliviada que acabou", diz Laís. "O dever da equipe está cumprido", acrescenta Daniele.

Apesar da euforia, na avaliação da CBG o time brasileiro não tem condição de brigar por medalhas, que devem ficar com China, Estados Unidos e Rússia, só faltando definir a ordem de chegada. A expectativa, na verdade, gira em torno do que podem fazer Diego, Daiane e Jade. Se a participação dos três resultar em pelo menos um pódio, a seleção deixará Pequim com um sorriso ainda mais escancarado.

"Quem sabe não vem uma (medalha) no masculino e outra no feminino? Seria bom demais. Aí, em Londres (Olimpíada de 2012) a gente tenta encostar mais", afirma Eliane, fechando a resposta anterior.

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A final por equipes será amanhã, às 23h15 (de Brasília). Na sexta-feira, Jade e Ana Cláudia competem no individual geral. A carioca volta ao tablado no domingo para a decisão no salto juntamente com Diego e Daiane, ambos no solo.