Léo Bortolini não pensa em medalha olímpica, mas sim na evolução do handebol no Brasil| Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina

A seleção masculina de handebol do Brasil já está na China. Depois de um período de aclimatação e amistosos no Japão, a delegação chegou a Pequim preparada para fazer história. É o que esperam os paranaenses Léo Bortolini e Renato Tupan, que compõem o time brasileiro e são duas das esperanças de um bom resultado: ficar entre os oito melhores das Olimpíadas. Parece pouco, mas não é. Em Atenas, há quatro anos, o Brasil foi o 10, entre as 12 seleções participantes. Subir dois degraus já seria uma grande vitória.

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"No continente americano nós estamos em ascensão, na base de muito treinamento. Ganhamos todos os torneios possíveis. Já quando falamos do nível mundial a coisa muda. Ainda existe um grande caminho a percorrer para o Brasil, e tudo o que conseguimos é mérito, comissão técnica e do empenho dos jogadores", explicou o ponta Renato Tupan, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo Online. O jogador joga na Alemanha, país de grande tradição no handebol e um dos candidatos ao ouro em Pequim.

Além dos alemães, a França, a Croácia, a Dinamarca e a Espanha lutarão pelas medalhas olímpicas, segundo Tupan. Ao Brasil, restará brigar por uma boa colocação, e o grupo brasileiro foca-se em uma posição entre os oito primeiros colocados. "Pelo nível e estrutura do handebol, principalmente o europeu, é muito difícil uma medalha, quase impossível. Caímos em uma chave muito complicada, com equipes européias de grande expressão, figurando sempre entre as melhores do mundo. Portanto o objetivo do Brasil é fazer um bom papel, ou seja, tentar jogar o mais próximo possível do nível dos europeus. Um resultado bastante expressivo seria ficar entre os oito melhores", opinou o armador Léo Bortolini, jogador que viveu um drama antes dos Jogos.

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No fim do ano passado, Léo sofreu uma lesão no joelho direito, e teve de lutar contra o tempo para se recuperar a tempo de ser convocado pelo técnico Jordi Ribera. Totalmente curado, o jogador espera mostrar que a espera por ele valeu a pena. "Estou 100% agora. Sempre estive confiante que iria participar das Olimpíadas, o técnico sempre demonstrou muita confiança em mim. Nos três anos de trabalho, estive em todas as convocações e sempre acabei indo bem em todos os torneios. Batia uma incerteza, mas nunca deixei de acreditar que estaria pronto a tempo", comentou.

O principal trunfo do Brasil nos Jogos de Pequim é o seu contra-ataque, bastante preciso e rápido. Pelo próprio porte físico dos brasileiros em relação aos europeus, a defesa fica comprometida e ainda é o "calcanhar de Aquiles" da seleção. "Estamos bem concentrados para os Jogos, vamos pra fazer o que estamos treinando há muito tempo. Vamos para fazer o nosso melhor, dentro da realidade do nosso esporte e do nosso tamanho", prometeu Renato Tupan.

O companheiro Léo Bortolini espera que uma boa campanha possa dar uma nova oportunidade ao esporte no Brasil. "A gente pede para que todos acompanhem o nosso esporte sempre que puderem e não só nas Olimpíadas, pois precisamos da massificação do handebol, para que possamos melhorar em todos os aspectos a estrutura do esporte".