Neste domingo (24), novamente o estádio Ninho do Pássaro se encheu com cerca de 91 mil pessoas. Desta vez, para encerrar a 29ª edição dos Jogos Olímpicos, apontados por jornalistas do "The New York Times" como os mais bem organizados de todos os tempos.
O início da festa teve elementos semelhantes aos vistos na abertura: contagem regressiva feita com fogos de artifício (ou efeitos de luz, provavelmente), a multidão cantando o hino chinês junto com o presidente Hu Jintao, a tradicional percussão fou sendo tocada por crianças, mulheres e homens.
Depois, mais uma especialidade chinesa: a onda humana no centro do gramado, formigueiro de figurantes milimetricamente coreografado formando um circuito para rodas de luz. E a China, que durante o maoísmo foi o país das bicicletas, revisitou seu passado recente numa bela imagem em azul e vermelho.
O presidente do Comitê Organizador de Pequim 2008, Liu Qi, comemorou os 38 recordes mundiais quebrados e mencionou o legado deixado, tanto esportivo quanto cultural, lembrando os slogans bem ao gosto marketeiro do regime chinês: Olimpíadas verdes, Olimpíadas high-tech e Olimpíadas do Povo.
- Durante os jogos, o mundo esteve unido como uma família olímpica. Foi uma grande celebração do esporte, uma grande celebração da paz e uma grande celebração da amizade - discursou Qi.
No desfile de atletas, a mistura de nações e continentes já marcou a transição de Pequim, da milenar civilização tradicionalmente fechada, à cosmopolita Londres, palcos dos Jogos Olímpicos de 2012. Chineses, bielorussos, espanhóis, jamaicanos, americanos e quenianos, gente de 204 países festejou junta com alegria contagiante - que pode ser creditada tanto ao fim dos Jogos como pela proximidade da volta para casa e o reencontro com suas famílias.
Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional, entregou as medalhas para os maratonistas, honra que a prova olímpica mais nobre reserva aos seus heróis: ouro para Samuel Wansiru, do Quênia; prata para Jaouad Gharib, do Marrocos; e bronze para Tsegay Kebede, da Etiópia. E o hino do Quênia ecoou no Ninho de Pássaro.
Depois da homenagem aos voluntários que trabalharam na organização, um outro hino foi executado: o grego, por tradição olímpica. Como a Grécia não ganhou nenhuma medalha de ouro em Pequim, foi a primeira vez que a melodia foi ouvida nesta edição dos Jogos. Ainda seria ouvido na festa um outro hino, o britânico: "God Save The Queen".
Um espetacular ônibus de dois andares, tipicamente londrino, fez a transição para a próxima aventura na epopéia olímpica moderna. Ele foi se transformando numa representação da Torre de Londres, de onde, fincada num minipalco, despontou a cantora Leona Lewis (vencedora da versão inglesa do reality show de calouros "American Idol"). Acompanhada pelo legendário guitarrista do Jimmy Page, do Led Zeppelin, ela interpretou uma versão surpreendentemente de"Wholelotta Love", clássico da banda inglesa. Page fez todas as caretas costumeiras ao solar, em playback, e empolgou o estádio. David Beckham, entrando mudo e saindo calado em aparição-relâmpago, também causou comoção.
Ainda haveria um número musical pop estrelado por cantores chineses e coreanos, com o refrão "Beijing, Beijing, I love you", e um duo entre Plácido Domingo e a soprano chinesa Song Zuying.
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