Foi por pouco, muito pouco, que os campeões olímpicos Ricardo e Emanuel não deram adeus aos Jogos de Pequim ainda nas oitavas-de-final. Arriscando muito e forçando o saque durante todo o jogo, os russos Barsuk e Kolodinskiy chegaram a ter quatro match points a seu favor no segundo set. Mas nos momentos mais difíceis do jogo se ergueu, do lado brasileiro, uma verdadeira "Muralha da China": Ricardo. Com bloqueios incríveis, o brasileiro parou os russos e a dupla verde-amarela garantiu a vitória por 2 a 1, parciais de 18/21, 25/23 e 15/13.
Após o sufoco, os brasileiros se preparam para enfrentar os americanos Gibb e Rosenthal nas quartas-de-final. A dupla dos Estados Unidos se classificou após vencer os espanhóis Herrera e Mesa por 26/24 e 21/17 em jogo preliminar. Com a classificação de Ricardo e Emanuel, o Brasil contará com suas quatro duplas nas quartas-de-final. Assim como os compatriotas, Márcio/Fábio Luiz, Renata/Talita e Ana Paula/Larissa seguem na briga pelo ouro.
Conscientes da pedreira que seria enfrentar os favoritos ao ouro olímpico, Barsuk e Kolodinskiy entraram em quadra com uma estratégia definida: forçar os saques ao limite e desmontar os contra-ataques brasileiros. Deu certo, e os europeus conseguiram abrir 4 a 1. O susto acordou Ricardo, que conseguiu quatro pontos consecutivos de bloqueio e pôs o Brasil na frente (6 a 4).
A reação dos russos, porém, veio logo. Kolodinskiy caprichou ainda mais no serviço foram pancadas de até 110km/h - e os europeus viraram: 10 a 11. Ricardo e Emanuel, que seguiam no encalço dos adversários, ainda conseguiram empatar em 16 a 16, mas não teve jeito. Vibrantes, os rivais viraram todas as bolas até garantirem a vitória por 21 a 18. Foi o primeiro set perdido pelos brasileiros nestes Jogos.
Ricardo fecha a rede e salva Brasil da derrota
O sonho do bicampeonato estava em risco. Mas Ricardo e Emanuel começaram a segunda parcial mostrando que o empate era possível. De cara, a dupla abriu 6 a 3, vantagem que aumentou para quatro pontos (9 a 5) em um bloqueio de Emanuel. No entanto, enquanto Kolodinskiy continuava e incomodar com seus saques, o time verde-amarelo não conseguia se impor no fundamento. E veio o inevitável: empate em 13 a 13. Solto no jogo, Kolodinskiy ignorou o bloqueio de Ricardo e colocou a Rússia na frente (18 a 17). A situação, que já era complicada, ficou dramática. Incrédulos, os brasileiros tentavam de tudo, mas não conseguiam segurar os rivais, que chegaram ao match point em 20 a 18.
Era a hora da dupla brasileira mostrar sua garra de campeã. E Ricardo, que ainda não conseguiu se recuperar totalmente de uma lesão no pé, sofrida nos treinos em Fortaleza, mostrou por que é conhecido como "Block Machine" (Máquina de Bloquear): conseguiu três bloqueios, empatando em 21 a 21. A emoção, porém, estava longe do fim. O baiano errou um ataque e os russos ficaram, mais uma vez, a um ponto da vitória (22 a 21). Foi a vez de Emanuel salvar os brasileiros com uma bola no fundo de quadra. Kolodinskiy respondeu com uma bomba: 23 a 22 para os russos. Mas Ricardo deu uma largadinha e Emanuel soltou o braço. A parcial era dos brasileiros. O baiano bloqueou mais uma vez e fechou em 25 a 23, após quatro match points salvos.
Emoção até os últimos minutos
A derrota não afetou os russos, que continuaram a fazer jogo duro no tie-break. Com uma cravada de Kolodinskiy, os rivais abriram 9 a 7. Mas os europeus sentiram a pressão e cometeram dois erros. Melhor para os brasileiros, que passaram à frente em 11 a 10. No momento decisivo, mais uma vez o bloqueio de Ricardo apareceu, e duas vezes: 13 a 10 para o Brasil. E a sorte virou contra Barsuk, que errou seu saque. Era o sinal que faltava: com uma cravada, Emanuel selou a incrível vitória para a dupla verde-amarela por 15 a 13.
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