Ronaldinho com o uniforme à italiana do Brasil: meia teve ótima exibição.| Foto: AFP

O astro do futebol olímpico começou a brilhar. Ronaldinho Gaúcho relembrou os bons e velhos tempos na vitória da seleção brasileira sobre a Nova Zelândia ontem, em Shenyang. Foi o condutor da equipe na goleada por 5 a 0. Fez de tudo: correu, lançou, driblou, pedalou, deu chapéu, toques de calcanhar, colocou bolas entre as pernas dos adversários, sofreu pênalti, marcou dois gols de bola parada e participou de outros, com bola rolando. Uma ótima atuação.

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"Ronaldinho é um gênio", resumiu o volante Lucas. "A gente sabia que isso (uma grande atuação do meia-atacante) ia acontecer", comemorou o meia Diego. "Estamos felizes com a aposta feita no Ronaldinho e principalmente na resposta que tem nos dado. É um líder, vem crescendo e vai melhorar ainda mais", observou o técnico Dunga.

O fato é que Ronaldinho jogou com alegria. Brincou com a bola. Divertiu-se e divertiu todos os 44.951 torcedores, a maioria esmagadora de chineses, que foram ao Estádio Olímpico de Shenyang principalmente para vê-lo jogar. Em absolutamente todas as vezes em que pegou na bola, o atacante foi brindado com palmas e gritos de incentivos por parte dos fãs. Até quando foi focalizado no telão, durante a execução do Hino Nacional Brasileiro, Ronaldinho foi festejado pelos chineses – como já ocorrera na partida contra a Bélgica. Cada jogada de efeito que fazia no campo correspondia a expressões boquiabertas e maravilhadas nas arquibancadas.

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E o show foi só o começo, garante o craque. "Espero manter esse nível até a final da Olimpíada", disse. No Dia dos Pais no Brasil, ele dedicou a grande exibição ao filho, João, de 3 anos e meio. "É uma vitória numa data muito importante. Dedico a ele."

Pode-se alegar que a Nova Zelândia é uma equipe frágil e ingênua É verdade. Mas é verdade também que o atacante do Milan está longe de sua melhor forma técnica e física. Fez apenas sua quarta partida depois da inatividade de quatro meses, conseqüência da contusão muscular sofrida ainda dos tempos de Barcelona.

A atuação contra os neozelandeses, reconhece Ronaldinho, foi muito importante para ele nesse recomeço. "A cada vitória vou adquirindo confiança. É uma nova etapa na minha vida em que estou me sentindo muito feliz", revelou. "Mas vamos manter os pés no chão", pediu.

Capitão da seleção, o craque caiu mesmo nas graças dos companheiros, que torcem sinceramente por ele. Encerrada a partida, eles foram cumprimentá-lo, ainda no campo. Ronaldinho soube como conquistar os companheiros e com eles divide os méritos de cada sucesso da seleção. "Eu tenho consciência de que ajudei a equipe a conquistar uma vitória importante. Mas todos colaboram."

O gaúcho mostrou futebol alegre, mas garante que não se dá ao luxo do prazer da diversão. "Dentro de campo a gente não tem muito tempo de se divertir. Tento fazer as coisas com o máximo de seriedade, mas sempre buscando inovar, para tentar enganar o adversário e tirar proveito para a equipe."

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Além de dois gols de Ronaldinho, a seleção ainda balançou as redes com Anderson, Alexandre Pato e Rafael Sóbis.