A CBF considera nula a possibilidade de ter de desligar o lateral-direito Rafinha da seleção brasileira que disputa a Olimpíada de Pequim para devolvê-lo ao Schalke 04.
O clube alemão voltou ao ataque nesta segunda-feira e prometeu entrar com uma representação na Fifa contra a entidade, por não ter recebido nenhum documento oficial comprovando que o jogador está protegido por um seguro, condição que havia imposto na semana passada para deixar o lateral servir à seleção.
Com base nisso, o clube estuda recorrer novamente à Corte Arbitral do Esporte (CAS), para ter confirmado seu direito de exigir a volta de Rafinha. Na semana passada, a CAS deu ganho de causa ao Schalke, e também ao Werder Bremen, de Diego, ao entender que os clubes não estavam obrigados a ceder os jogadores, já que a Olimpíada não faz parte do calendário da Fifa - mesmo que os atletas estejam dentro do limite de idade, de 23 anos.
Após a vitória no tribunal, instância máxima da justiça desportiva no mundo, os clubes concordaram em deixar seus jogadores na seleção desde que fosse feito um seguro para protegê-los contra problemas como contusões. Agora, o Schalke alegou não ter recebido uma prova de que o seguro foi feito para retomar a discussão.
Oficialmente, a entidade não fala sobre a nova carga do Schalke. "A CBF desconhece o assunto", repetiu várias nesta segunda-feira o assessor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva. "O Schalke jamais procurou a CBF para tratar de qualquer coisa." No entanto, a reportagem apurou que o recrudescimento do assunto irritou bastante a cúpula da CBF e também a comissão técnica. Não por temerem o Schalke, mas porque a liberação dos jogadores é um tema que insiste em não morrer.
A CBF não informa se enviou ou não cópia de algum documento - como uma apólice de seguro - ao Schalke e ao Werder e não informa se enviaria, em caso de uma solicitação oficial. Mas na semana passada o supervisor Américo Faria disse que todo jogador que é convocado pela seleção é protegido por seguro.
O Schalke, em seu site oficial, não informou exatamente o que queria, mas avisou o que pretende fazer: a representação à Fifa e a volta à CAS, se julgar necessário. "Esperávamos pôr um fim nessa questão sem novas complicações", disse em nota o diretor-geral do clube, o ex-jogador Andreas Moeller. "Infelizmente até agora não recebemos resposta. A CBF não nos deixou alternativa."
O advogado Theo Paeffgen, que representou os alemães na CAS, foi ainda mais incisivo. "A Fifa tem 24 horas para emitir seu parecer sobre esse caso. Do contrário iremos outra vez à corte."
Os alemães lembraram que, após a decisão da CAS, o Hertha Berlim pediu a devolução do zagueiro Kacar, que estava na Olimpíada com a seleção da Sérvia. E o Hamburgo pediu que o zagueiro belga Kompany - expulso na estréia, contra o Brasil -, voltasse ao clube para uma partida considerada importante.
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