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A saída estratégica da maioria dos jogadores da seleção brasileira de vôlei masculino, após a cerimônia de entrega das medalhas, mostra que há algo a ser explicado sobre o atual momento do time, mas ninguém quer ser o primeiro a falar.

Depois do choro pela perda do ouro, ninguém quis passar pela zona mista. Os jogadores saíram direto para o vestiário, de lá para o ônibus, rumo à Vila Olímpica. Os únicos a falar foram André Heller, logo após o jogo, André Nascimento e Marcelinho, que voltaram depois de receber a medalha.

O último chorava, e era o reflexo do que ocorreu com o grupo nos Jogos Olímpicos. Mas, como em toda a Olimpíada, ao menos enfrentou a situação.

"Sou forte, mas tem uma hora que desmorona. Hoje veio tudo e vai ser difícil parar de chorar agora", disse o levantador. "Muitas coisas aconteceram neste último ano. A sorte é que eu sou forte, equilibrado. Senão já tinha descarregado tudo o que tenho dentro de mim. Depois que passei a titular minha vida mudou. Dei o meu máximo e estou orgulhoso do que fiz, mas quando chegar ao Brasil vou pensar no futuro, no que vou fazer."

A cobrança em cima do levantador ocorre desde a saída de Ricardinho, que se desentendeu com o técnico Bernardinho, na véspera da estréia do Brasil no Pan do ano passado. De lá para cá, a queda de desempenho da seleção, invariavelmente, vem sendo atribuída a ele.

Dentro da quadra, é notória a preocupação do time em passar confiança ao levantador a cada bola errada. Mas fora, as declarações nunca levam ao fato em si. A verdade é que a seleção ainda não se adaptou à saída de Ricardinho. E isso, o próprio Bernardinho reconhece.

"Tecnicamente já falei para vocês, seria pretensão minha dizer que não faz falta. Mas existem outras coisas. Será que teríamos chegado até aqui com ele?", questiona o técnico, que defende o atual levantador. "Marcelinho teve um ano fantástico, fez muito bem o que coube a ele fazer, foi uma peça importante."

Parte da pressão no levantador titular, contudo, se deve ao próprio técnico, que praticamente não colocou o reserva na quadra em situações limites. Na final, por exemplo, Bruninho entrava para o saque, ou no esquema 4-2, com a manutenção de Marcelinho em quadra.

Mas Bernardinho se defende, afirma que pode até ter sido uma decisão técnica errada, mas não com o objetivo de preservar o filho.

"De forma alguma foi para preservá-lo. Poderia tê-lo deixado mais em quadra, são coisas que vou analisar melhor agora. Mas de forma alguma foi para preservá-lo", disse o técnico. (CEV e MR)

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