O bronze de Natália Falavigna poderia ser prata ou ouro, reclama Fernando Madureira, o treinador da paranaense. Por isso, ele quer que o Brasil tenha no mínimo dois bons árbitros atuando nos grandes torneios internacionais. Eles fariam parte do time de arbitragem, o que serviria para que os atletas brasileiros fossem mais respeitados na hora das decisões difíceis. O caso de Natália, ontem, entraria nesse exemplo, diz Madureira.
Depois de empatar a luta nos três rounds por 2 a 2 com a norueguesa Solheim e, no golden point, ficar no 0 a 0, Madureira esperou confiante a decisão dos juízes, mas teve uma surpresa: a paranaense saiu derrotada.
"Usamos a mesma tática que um mexicano havia usado no golden point para vencer a sua luta, que era ficar mais na parte da quadra do adversário. Independentemente de dar mais golpes, era isso que estava valendo na interpretação da arbitragem até a luta da Natália", reclama Madureira.
Sem contar outros dois pontos que não teriam sido assinalados: "Foram dois chutes da Natália que entraram e eles não deram. Por isso, acho muito importante que também tenhamos juízes nesse grupo".
A lutadora, no entanto, preferiu comemorar a medalha de bronze a reclamar. "O golden point é assim. Da mesma forma que perdi no Pan, ganhei no mundial três lutas seguidas dessa forma. E, ali, eles entenderam que ela atacou mais, o que foi verdade", disse.
Mas, mais do que lembrar do Pan, quando perdeu, na "prorrogação", o ouro do Rio para a mesma Maria Espinoza que se tornou campeã olímpica, Falavigna conta que lembrou mesmo em Pequim foi de Atenas. O fato de ter caído na semifinal e só ter de lutar pelo bronze a fez recordar do quarto lugar da Grécia.
"A Olimpíada é algo muito especial, principalmente para mim, que não tinha medalha. Eu queria algo mais, queira o ouro. Como não deu, lembrei de Atenas e disse: "o quarto lugar não!". Agora, na próxima, vou querer algo mais do que o bronze". (MR)
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