Trinta minutos na Vila Olímpica são suficientes para qualquer pessoa se sentir em outro planeta. Só mesmo em um lugar como esse para dobrar a esquina e dar de cara com o astro do basquete norte-americano Kobe Bryant caminhando tranqüilamente e mascando chicletes, cheio de ginga.
Mais à frente, no detector de metais que separa os alojamentos dos atletas da zona internacional, única área com acesso permitido aos jornalistas, é a vez de trombar com Michael Phelps, principal nome da natação mundial, saindo para uma caminhada escutando música no seu iPhone.
Se já não bastasse, na saída, antes de seguir para o ônibus, nada mal cruzar com a russa Yelena Isinbayeva, dona de 34 das 50 melhores marcas já registradas no mundo no salto com vara feminino.
Tudo isso aconteceu no momento em que a equipe da Gazeta do Povo aguardava para entrevistar o ciclista paranaense Luciano Pagliarini, na manhã de quinta-feira, em Pequim.
A facilidade em encontrar ídolos tem mexido com parte da delegação brasileira. A pivô Fran, da seleção de basquete, por exemplo, conta que quase chorou de emoção quando viu Kobe Bryant e o restante do time norte-americano entrar no prédio reservado para o Brasil, na Vila, para uma visita. "Não acreditava. Cheguei a tremer. Sou muito fã dele. Ele foi todo simpático comigo. Pedi para tirar uma foto e ele aceitou, na boa", diz a garota de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, já fazendo planos de reservar um espaço na parede de casa para pendurar a relíquia.
O gesto de Fran foi seguido por mais dez atletas da equipe de Paulo Bassul. Apenas Êga não deu muita moral ao Dream Team (Time dos Sonhos). "Fiquei no meu canto, perninha cruzada, só tirando sarro da mulherada", relembra, rindo.
Já o ponta-direita do time de handebol, Renato Tupan, matou a curiosidade ao encontrar Jason Kidd, mais um fora de série da NBA. "Por enquanto, ninguém pediu para tirar foto comigo", brinca o maringaense. "Falando sério. É legal porque a gente percebe que os caras são de carne e osso, igual a nós."
Há também o outro lado. Brasileiros, referência em suas modalidades, que não conseguem andar dez metros sem serem interrompidos por um fã. "O pessoal pede muito para tirar fotografia. Acho legal", diz o bicampeão mundial de ginástica artística Diego Hypólito.
Assédio semelhante sofre Emanuel, atual dono da medalha de ouro olímpica e oito vezes o campeão do mundo no vôlei de praia. É comum ver voluntárias rodearem o curitibano, câmera fotográfica sempre à mão, para registrar o momento inesquecível. "Uma foto? Claro, com todo prazer", responde ele, para alegria das chinesas. E de dezenas de outras Frans espalhadas pela democrática Vila Olímpica de Pequim.
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