O prazo de cinco anos vence exatamente agora, na Olimpíada de Pequim. E será a conquista, ou não, de uma medalha olímpica que decidirá o futuro do handebol brasileiro.
O maior patrocinador da modalidade no Brasil, a Petrobras, já avisou que espera a prometida medalha olímpica na China, numa clara ameaça de cortar a verba que tirou o esporte do buraco nos últimos anos.
Desde 2003, a Confederação Brasileira de Handebol é patrocinada pela estatal. Começou ganhando R$ 800 mil anuais. Hoje, o montante chega a R$ 3 milhões. O impulso faz com que, neste ano olímpico, a entidade tenha a previsão de receber R$ 6 milhões contabilizando todas as receitas.
Se a promessa feita na sala do presidente da maior indústria de petróleo do mundo não se confirmar, porém, tudo pode voltar a ser como era antes da noite para o dia. Na pior fase das vacas magras, os atletas já tiveram de levar os próprios lençóis para a concentração, por completa falta de estrutura.
A esperança recai apenas sobre as mulheres é na seleção feminina que a CBHb apostou todas as suas fichas. De 2003 até hoje, a exportação de jogadoras cresceu ainda mais com o incentivo da entidade, que viu nessa fórmula a maneira mais rápida de crescimento. Atualmente, das 20 jogadores convocadas, apenas 3 atuam no Brasil.
O resultado do patrocínio fez com que as meninas pulassem do 20º lugar no mundial de 2003 para a 7ª colocação em 2005. Mas o avanço esperado no ano passado não veio, ao menos em colocações."Ficamos em 14º, mas no jogo que decidia a vaga empatamos com a Rússia, que acabou sendo a campeã. O Brasil foi o único time que não perdeu para elas", analisa o supervisor da seleção feminina, Roberto de Lima Rosa. Ele aposta (e torce muito também) pela medalha que dará a sobrevida ao esporte no país.
O mesmo, não ocorre no masculino. Os próprios atletas admitem: "Não há chance de medalha". Ao contrário das meninas, apenas 4 dos 20 atletas atuam fora. Um deles, o paranaense Tupan, que, mesmo assim, só foi contratado após sair do Brasil por conta própria e trilhar um caminho avesso as transferências internacionais. "Ao menos, não somos mais o saco de pancada", analisa ele.
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