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Fabiana Mürer salta e ultrapassa o sarrafo de 4,45m. A vara do salto seguinte simplesmente sumiu, tirando a saltadora brasileira do sério | Ruben Sprich/Reuters
Fabiana Mürer salta e ultrapassa o sarrafo de 4,45m. A vara do salto seguinte simplesmente sumiu, tirando a saltadora brasileira do sério| Foto: Ruben Sprich/Reuters

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A atleta do salto com vara Fabiana Murer caiu fora da disputa por uma medalha na final da competição nesta segunda-feira depois que a vara que ela usaria para a altura da classificação para a próxima rodada desapareceu da pista do Estádio Ninho de Pássaro.

A atleta ainda tentou improvisar utilizando uma vara mais dura, apropriada para alturas maiores, mas não obteve sucesso nas três tentativas para ultrapassar o sarrafo colocado em 4,65 metros de altura.

A atleta deixou a pista chorando e a Confederação Brasileira de Atletismo informou que vai apresentar um protesto formal pelo ocorrido, mas acrescentou que a regra não dá espaço para uma eventual anulação do resultado da competição.

Fabiana ingressou na disputa quando o sarrafo foi colocado em 4,45 metros, e foi bem sucedida logo na primeira tentativa.

Com o sarrafo a 4,55 metros, ela foi procurar a segunda vara que usaria na noite, mas não encontrou (as varas possuem densidades diferentes de acordo com a altura do obstáculo, quanto mais duras maior a altura desejada).

"Eu estava no 4,45 e aí tinha que trocar de vara para fazer o 4,55, e quando eu fui procurar ela não estava lá. Eu falava para eles que ela tinha que estar lá", contou Fabiana após deixar a pista.

Segundo ela, normalmente nas competições as atletas trazem as varas em tubos e esses são transportados para a pista no momento da prova. Em Pequim, diz ela, a organização fez de maneira diferente: retirou todas as varas dos tubos e as colocou em um carrinho que foi para a pista.

"Eu dizia para parar a prova que eu não iria pular. Falava que eles tinham que achar minha vara, mas eles diziam que ela estava no carrinho e que eu devia procurar".

A atleta vasculhou em todos os compartimentos do carrinho, retirando as varas das outras competidoras, mas não encontrou a sua. Até o momento em que ela falou com os jornalistas, a vara ainda não havia aparecido.

Fabiana afirmou que o fato foi fundamental para sua desclassificação. Além do nervosismo e da quebra de ritmo da prova, ela precisou usar uma vara que não era apropriada para a rodada.

"É frustrante, eles acabaram com a minha competição. Tentei voltar para a prova, mas foi difícil", afirmou.

O técnico de Fabiana, Élson Miranda de Souza, afirmou que pediu para a atleta passar o salto de 4,55 metros e ir direto para o de 4,65 metros, usando uma vara que seria boa para saltos acima de 4,70 metros.

"A gente tentou, mas não deu. Ela até teve altura para passar o sarrafo, mas não conseguiu contornar", afirmou.

Protesto

O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Roberto Gesta, afirmou que o Brasil vai apresentar um protesto formal junto à organização da Olimpíada.

"É para demonstrar inconformidade com o que aconteceu. Trouxe um prejuízo irreparável para a atleta, para o treinador, para o time brasileiro. Todo o investimento que foi feito nela, todo o tempo que ela sacrificou", afirmou.

"E não vai ter retorno algum. Isso não tem nada no mundo que pague", disse Gesta, acrescentando, porém, que não há a possibilidade de retomar a competição ou anular os resultados.

"Vamos buscar pelo menos saber exatamente o que aconteceu. Pedir que apurem". Na prova, a favorita Yelena Isinbayeva levou o ouro e quebrou o recorde mundial, marcando 5,05 metros, para delírio do estádio.

A norte-americana Jennifer Stuczynski ficou com a prata, saltando 4,80, mesma marca que Fabiana fez no Troféu Brasil neste ano.

A russa Svetlana Feofanova ficou com o bronze, com 4,75 metros.

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